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Fiocruz: estudo pioneiro avaliou infecção por coronavírus em animais de estimação

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Pesquisa apontou que, em quase a metade dos domicílios com pacientes com covid-19 os animais também estavam infectados.

Um estudo pioneiro desenvolvido na Fiocruz, fruto da parceria de duas de suas unidades, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), demonstrou a relação entre a exposição e infecção de animais de estimação e a infecção de seus tutores pelo coronavírus (Sars-CoV-2).

O estudo contou com a colaboração do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, referência em coronavírus da OMS para as Américas, na análise dos casos de 21 pacientes e de seus 39 animais de estimação na Região Metropolitana do Rio de Janeiro entre maio e outubro de 2020.

A pesquisa, publicada pela revista científica internacional Plos One no artigo Investigation of SARS-CoV-2 Infection in Dogs and Cats of Humans Diagnosed with COVID-19 in Rio de Janeiro, Brazil, selecionou o grupo de pacientes de famílias distintas com exame RT-PCR positivo, elegendo partir dali 39 animais de estimação, sendo 29 cães e 10 gatos.

Nos casos de pacientes que viviam simultaneamente com outras pessoas, os outros moradores da casa foram convidados a participar mesmo que não apresentassem sintomas de infecção, considerando a possível circulação do coronavírus.

Após a confirmação dos casos humanos de Covid-19, os pesquisadores coletaram as primeiras amostras nasofaríngeas/orofaríngeas e retais dos animais envolvidos para identificar se havia infecção ou exposição ao vírus. Também foram coletadas amostras de sangue.

Os pesquisadores também avaliaram a presença de alterações clínicas e laboratoriais associadas à infecção animal. Foram feitas até três coletas em dias diferentes de cada animal, sendo a última coleta repetida cerca de 30 dias da primeira.

“Os principais resultados da pesquisa demonstram que, de 21 domicílios diferentes, quase a metade apresentava um ou mais animais de estimação positivos para covid-19. Foram nove cachorros (31%) e quatro gatos (40%) infectados ou expostos ao coronavírus.  Os animais obtiveram resultados positivos de 11 a 51 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas de seus tutores. Entre os cães, três apresentaram dois testes positivos realizados num intervalo de 14, 30 e 31 dias. As amostras de sangue determinaram presença de anticorpos contra o Sars-CoV-2 em um cão e em dois gatos”.

“Este trabalho é de grande importância, uma vez que não estava claro, no início da pandemia do Sars-CoV-2, se os animais domésticos poderiam se infectar ou transmitir o vírus. É um estudo bastante completo e que contribui para um melhor entendimento da capacidade do novo coronavírus de infectar diferentes espécies animais”, afirmou a chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC/Fiocruz, Marilda Siqueira.

Como conclusão, o estudo aponta a importância do distanciamento social de humanos infectados inclusive com seus animais de estimação, que podem ser infectados.

Foi observado também que animais castrados são mais suscetíveis e que dividir a cama com o tutor eleva o risco de infecção.

Os casos apresentados no artigo foram notificados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil que também notificou os casos na plataforma da The World Organization for Animal Health (OIE).

O que fazer caso o animal de estimação seja positivo para o novo coronavírus (Sars-Cov-2)

Os cães e gatos raramente se infectam com o vírus e dificilmente apresentam doença, que quando ocorre normalmente tem um a evolução branda.

Adicionalmente, nos casos de infecção desses animais relatados mundialmente, essa infecção é de curta duração e o vírus é encontrado geralmente em quantidade muito baixa.

Essa baixa quantidade de vírus pode explicar o fato de que não há comprovação de que cães e gatos possam transmitir naturalmente esse vírus ou ser fonte de infecção para seres humanos.

A propagação atual do novo coronavírus é resultado da transmissão de humano para humano. Os casos de infecção natural de cães e gatos até o momento foram relacionados a transmissão pelos tutores contaminados pelo vírus.

Até o momento está comprovado que gatos são mais susceptíveis a infecção pelo novo coronavírus do que os cães e podem transmitir esse vírus para outros gatos em condições de laboratório. No entanto, não está comprovada a transmissão do novo coronavírus dos cães para outros cães ou gatos.

Pelos motivos explicados acima, não há motivo para deixar de ter cães e gatos e abandoná-los em caso de estarem positivos para o novo coronavírus.

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