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Jacarezinho: ‘Tratar traficantes como vítimas é uma grave ofensa ao povo’, disse Bolsonaro

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Defensores dos direitos humanos questionam a legalidade da operação e pedem investigações rigorosas.

Jair Bolsonaro publicou mensagens em suas redes sociais neste domingo (9), nas quais parabeniza a polícia do Rio de Janeiro após uma operação na Favela do Jacarezinho, no Rio, na última quinta-feira (5), em que 28 pessoas morreram, entre elas um inspetor da Polícia Civil.

A Polícia Civil disse ter recebido denúncias de que traficantes estavam aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território.

Bolsonaro escreveu “ao tratar como vítimas traficantes que roubam, matam e destroem familias, a mídia e a esquerda os iguala ao cidadão comum, honesto, que respeita as leis e o próximo. É uma grave ofensa ao povo que há muito é refém da criminalidade. Parabéns à Polícia Civil do Rio de Janeiro!”

Na postagem seguinte, Bolsonaro lembrou o policial André Leonardo Mello Frias “que perdeu sua vida em combate contra os criminosos. Será lembrando pela sua coragem, assim como todos os guerreiros que arriscam a própria vida na missão diária de proteger a população de bem. Que Deus conforte os familiares!”, publicou.

A polícia afirmou que os civis mortos eram criminosos, já informou os nomes mas ainda não divulgou os crimes atribuídos a cada um deles. 

Considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, a operação policial foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas que, entre outros crimes, era suspeita de aliciar menores de idade.

Defensores dos direitos humanos questionam a legalidade da operação, que também despertou a preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e do o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos.

As três instituições pediram investigações rigorosas e imparciais e ressaltaram o compromisso do Estado no respeito aos direitos humanos.

CARTA ABERTA

O grupo de sociedade civil Observatório de Direitos Humanos do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) divulgou uma carta aberta em que pede “justiça” para os 28 mortos em operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Na carta, que refere-se à operação como chacina, o grupo afirma que existem “sólidos indícios de prática de execução sumária”, ecoando a afirmação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, que pediu investigação dos fatos.

“Mesmo após a determinação do STF, em outubro de 2020, as mortes em ações policiais no Rio, subiram 425%. Isto prova que o Estado do Rio de Janeiro insiste em resolver o problema do tráfico de drogas, matando os negros e os pobres em vez de apreender as drogas e as armas nos aeroportos, portos e nas fronteiras e de bloquear as contas bancárias das quadrilhas”, diz a carta, que foi assinada por famosos como Daniela Mercury e Wagner Moura.

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