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Justiça condena grupo que matou adolescentes e postou vídeo nas redes sociais

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Integrantes de uma facção criminosa torturaram os três adolescentes, matando dois deles. As imagens do crime foram divulgadas nas redes sociais. 

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Três integrantes de uma facção criminosa denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina por torturar três adolescentes, matando dois deles, foram julgados e condenados em sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Joinville em sessão que durou mais de 15 horas na última terça-feira (3).

Os jurados atenderam plenamente à denúncia e condenaram os réus Ilson Luis de Oliveira, Weslley Jonatas Paes e Ana Paula Batista de Souza pelo homicídio triplamente qualificado – por motivo torpe, uso de meio cruel e dissimulação – de dois adolescentes e pela tentativa de homicídio de outro jovem, com os mesmos qualificadores. 

Outras duas mulheres que ajudaram a apagar os vestígios do crime, Evelaine Bárbara Rodrigues Ribeiro e Fernanda Maba Vieira Gonçalves, foram condenadas a sete meses de detenção pelo crime de fraude processual. Elas não participaram da tortura. 

O CRIME

Os três adolescentes haviam fugido, um dia antes do crime, de um abrigo para menores de Jaraguá do Sul. Eles pegaram uma carona no trem até Joinville e, quando caminhavam a pé pelo bairro Itaum, foram abordados por Ilson Luis de Oliveira.

Conforme a denúncia do Ministério Público, Ilson percebeu a movimentação dos três adolescentes no bairro. Os jovens, com idades entre 15 e 16 anos, não eram conhecidos no local.

Assim, Ilson ofereceu uma carona como pretexto para levá-los até a casa de Luan Tessaro, que é réu em outra ação penal pelo seu envolvimento no caso.  

Esse homem pressionou o grupo para descobrir de onde eram e o que estavam fazendo no bairro. Os três afirmaram ser integrantes de uma outra facção criminosa e que eram de Jaraguá do Sul. 

Ilson e Luan levaram os adolescentes até a casa de Weslley e Ana Paula. Lá os criminosos amarraram os adolescentes e iniciaram uma sessão de tortura, utilizando um pedaço de madeira, cinta e soqueira para efetuar as agressões.

Enquanto Ana Paula filmava a tortura, Weslley fazia contato com outros membros da facção para saber se executaria as vítimas. As imagens do crime foram divulgadas nas redes sociais. 

Os adolescentes foram colocados em um porta-malas e levados da casa por Weslley e Ana Paula até uma região afastada de mata.

No local as vítimas foram atacadas com golpes de armas brancas. Duas das vítimas morreram, mas o terceiro adolescente, mesmo machucado, conseguiu fugir e se esconder na mata.  As imagens do crime foram divulgadas nas redes sociais. 

A vítima que sobreviveu conseguiu buscar ajuda. No dia seguinte ao crime, a Polícia Civil foi até a casa onde o crime ocorreu e flagrou Ilson, Weslley, Luan, Ana Paula, Evelaine e Fernanda tentando apagar os vestígios do crime na casa.  

O grupo queimou objetos, trocou a porta de um cômodo e limpou o local. Os réus foram presos em flagrante.

Para executar a tortura e destruir as provas, os réus tiveram auxílio de adolescentes infratores. O crime ocorreu em 22 de janeiro de 2019. 

O Promotor de Justiça Ricardo Paladino explica que a motivação foi torpe, pelas vítimas terem se identificado como integrantes de outra facção.  

O Promotor também ressalta a forma cruel e a dissimulação usada para atrair os jovens e cometer o crime.  

O denunciado Luan Tessaro foi preso depois dos outros cinco acusados e por isso será julgado separadamente, em uma outra sessão do Tribunal do Júri. 

Ilson Luiz de Oliveira, Weslley Jonatas Paes e Ana Paula Batista estão em prisão cautelar e não poderão recorrer em liberdade. A decisão é passível de recurso.