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CoronaVac pode ter ajudado a combater a variante delta no Brasil, diz pesquisadora

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Novas variantes continuam surgindo à medida que o coronavírus permanece em circulação.


Há um número altíssimo de variantes  do coronavírus, mas a variante delta é predominante, representando 90% das amostras sequenciadas em todo o mundo, de acordo com a plataforma GISAID, ligada à Organização Mundial da Saúde.

Apesar de ser mais transmissível que a cepa original causadora da Covid-19 e ter suplantado outras variantes, como a gama (P.1, amazônica), no Brasil a delta não causou tanto impacto quanto o esperado.

Um dos motivos, segundo a diretora do Laboratório Especial de Ciclo Celular e pesquisadora científica do Butantan Maria Carolina Sabbaga, pode ser a vacinação com a CoronaVac, vacina do instituto e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19.

“Existem duas teorias do porquê de a delta não ter dado tanto problema por aqui, baseadas no fato que a infecção chega de maneira natural ou artificial. Uma delas é a vacinação com a CoronaVac, assim como no Chile, onde a delta não causou tanto dano. Nos outros países que não tinham a CoronaVac, a delta teve mais impacto”, comenta a pesquisadora, que também é uma das responsáveis no Butantan pela Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, que realiza o sequenciamento genômico de parte das amostras positivas de Covid-19 no estado de São Paulo.

As vacinas compostas de vírus inativado, como a CoronaVac, possuem todas as partes do SARS-CoV-2 em sua composição, enquanto a maioria das outras tecnologias de imunizantes utilizam somente uma parte da proteína Spike (usada pelo SARS-CoV-2 para infectar as células).

Com isso, a CoronaVac é capaz de gerar uma resposta imune mais abrangente às mutações do vírus, inclusive se elas não estiverem relacionadas à proteína Spike.

Outra hipótese, de acordo com Maria Carolina, é que a gama ajudou a mitigar o impacto da delta. “Como a variante gama infectou um alto número de pessoas, causando inclusive tantas mortes, é possível que a segunda onda da epidemia no Brasil, provocada pela variante gama, tenha gerado uma imunidade na população contra a variante delta”, explica ela.

Novas variantes no Brasil

Ainda que novas variantes continuem surgindo à medida que o SARS-CoV-2 permanece em circulação, as vacinas disponíveis têm demonstrado boa proteção contra todas as linhagens do vírus.

Maria Carolina Sabbaga afirma que variantes de interesse como a mu e a lambda, presentes na América Latina, não representam tanto risco.

“Na nossa rede, apareceram diversas variantes, assim como a mu e a lambda. E do jeito que apareceram, sumiram.”, tranquiliza a pesquisadora, que também é vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.

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