Uma mulher encontrou duas cobras no banheiro de sua residência enquanto tomava banho em Jaraguá do Sul, no norte de SC. O caso aconteceu na última quarta-feira (3), no bairro Jaraguá 84.
Segundo a moradora, as cobras estavam dependuradas no telhado e “quase caindo na minha cabeça”, disse ela.
Os especialistas da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) foram acionados e fizeram o resgate. Gilberto Ademar Duwe, biólogo da Fundação, conta que a mulher ligou desesperada relatando a presença das serpentes no banheiro, que estavam entrando pelo vão do telhado.
No local, os biólogos encontraram apenas uma cobra de 1,5 metros da espécie caninana, que pode ser agressiva caso esteja assustada, mas não trata-se de uma cobra peçonhenta.
Duwe afirma que foram feitas buscas de mais de uma hora pela outra caninana, mas ele acredita que ela tenha ficado assustada por causa da reação da moradora e tenha deixado o local antes da chegada do resgate.
O biólogo reforça a importância de acionar órgãos responsáveis pelo resgate, principalmente quando não se tem a certeza de que a cobra não é venenosa.
“A caninana possui coloração preta com amarelo e na nossa região a jararacuçu também é bem comum, que possui a mesma cor e isso pode acabar confundindo o morador. Por isso, o ideal é contatar equipes responsáveis – orienta.
Apesar de não conter peçonha, a caninana pode morder caso se sinta ameaçada. A recomendação, neste caso, é de que a pessoa que foi mordida lave o local com água corrente e sabão.
“Porque ela é um animal rastejante, que se alimenta de outros animais. Então pode ter inúmeras bactérias na boca que podem causar uma infecção – explica Christian Raboch, biólogo do órgão municipal que também participou do resgate.
Média de uma cobra por dia
Mais de 250 cobras já foram capturadas neste ano em Jaraguá do Sul, segundo estimativa da Fujama. É uma média de quase uma serpente por dia encontrada na área urbana da cidade.
Segundo o biólogo Christian Raboch, este é o ano com mais capturas de serpentes no município desde 2007, quando começou o trabalho da Fujama. O número tem crescido e estaria relacionado com o maior conhecimento dos moradores sobre o serviço oferecido pela fundação.
Apesar do alto número, o biólogo conta que a maioria das cobras capturadas na cidade não são peçonhentas. Segundo Raboch, em cada dez serpentes, duas são venenosas e levam perigo aos moradores.
Entre as capturadas, a cobra não peçonhenta mais comum é a conhecida como dormideira, uma espécie que não tem veneno e se alimenta de lesmas e caracóis. Também costumam aparecer cobras cipós e caninanas.
Já entre as venenosas são mais comuns as jararacas e, com menos frequência, a coral e jararacuçu. De acordo com o biólogo da Fujama, a mais perigosa entre elas é a jararaca, cuja espécie é responsável por 90% dos acidentes com serpentes no Brasil.
O telefone da Fujama, em Jaraguá do Sul, é (47) 3273-8008, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17 horas.