A gestão educacional durante a pandemia foi marcada por precariedade estrutural em quase todo o país e vai demandar muito tempo e vontade política para que os prejuízos sejam recuperados.
Essa foi a conclusão dos debatedores que participaram de reunião da Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia nesta segunda-feira (6). Presidente do colegiado, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) defendeu que o Orçamento assegure mais recursos para o setor.
“Lembro sempre de uma frase muito usada por Dr. Olympio Sotto Maior, ex-procurador-geral do Ministério Público no Paraná: ‘Lugar de criança, de adolescente e da educação é no Orçamento’. Ou seja, temos que olhar o Orçamento para ver se a criança e o adolescente de fato são prioridade absoluta na área da educação”, afirmou Arns.
De acordo com os participantes da audiência, um dos principais desafios do país é desenvolver políticas públicas voltadas para o acesso amplo à internet.
Para Arns, o “quadro catastrófico” da educação brasileira na pandemia tem muito a ver com a desigualdade estrutural que marca a sociedade brasileira, explicitada no precário acesso à internet, que impediu que dezenas de milhões de crianças e adolescentes tivessem ensino de fato.
Dados mostram que 25% dos estudantes brasileiros simplesmente não têm acesso à internet.
SEM INTERESSE
Em pesquisa com o Datafolha e o Itaú Social, feita de maio de 2020 até setembro de 2021, com pais de crianças, o dado mais chocante é que 34% dos pais falam que os filhos perderam o interesse pela escola.
Outro dado cruel e triste é a insegurança alimentar: 34% das famílias dizem que a quantidade de comida foi menos que a suficiente, e todos sabem o papel que a escola tem na merenda.
Um outro levantamento do Todos pela Educação mostra que o número de crianças entre 6 e 14 anos fora da escola aumentou 171% em relação a 2019.
O Brasil também foi o país que manteve as escolas fechadas por mais tempo, na contramão do que foi feito pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de 35 nações com economias mais avançadas.
Esse quadro também foi mencionado pela procuradora da República Maria Cristina Manella Cordeiro. De acordo com ela, o Ministério Público teve que entrar na Justiça para forçar a reabertura Institutos Federais.
Fonte: Agência Senado


















