Nesta última semana, Juliana Maciel e Tati Carvalho foram conferir um caso que estava acontecendo na Unidade de Pronto Atendimento de Canoinhas – UPA 24h – e o que encontraram foram informações desencontradas, enquanto um paciente esperava há horas pelo encaminhamento a um médico especialista.
Coincidência ou não, enquantos as vereadoras buscavam por respostas – no PA, no Centro de Especialidades e no Hospital Santa Cruz – o médico de sobreaviso apareceu para atendimento ao paciente.
De acordo com as vereadoras, em conversa com pessoas que trabalham no PA, foi informado que essa situação é corriqueira.
“Perguntamos então se haveriam provas concretas para que pudéssemos fazer nosso papel“, relatou Tati Carvalho, e a resposta foi que isso seria possível através do prontuário dos pacientes. Através destes pode-se ver a hora de entrada do paciente, e quanto tempo ele demorou para ser atendido pelo segundo médico (especialista do sobreaviso).
CONTRATO
Segundo Tati Carvalho, a prefeitura de Canoinhas tem um contrato com o Hospital Santa Cruz, para que este contrate médicos especialistas que atendam, quando necessário, pacientes que chegam na UPA.
Porém, de acordo com relatos, estes pacientes chegam a esperar horas e a informação que recebem é que o profissional está atendendo casos particulares.
O município paga cerca de R$ 500 mil por mês para que o cidadão canoinhense, que precisa de uma especialidade médica, seja atendido tão logo seja feito o acionamento, porém segundo diversas reclamações recebidas, isto não está ocorrendo.
“Se a prefeitura está fazendo o pagamento de um contrato, para que o Hospital disponibilize médicos para atender a população, como é feito quando o médico contratado pelo Hospital e pago pelo Município está atendendo particular?”, questionou Tati Carvalho.
Esta demora no atendimento foi uma das pautas na sessão da Câmara de Vereadores desta semana, através de requerimentos apresentados pelos vereadores Tati Carvalho, Juliana Maciel, Zenilda Lemos e Marcos Homer.
Um deles diz respeito justamente ao contrato firmado entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Santa Cruz (HSCC).
Os vereadores solicitaram informações sobre a escala de plantão e sobreaviso dos médicos de todas as especialidades. O ofício será encaminhado ao presidente do HSCC, Reinaldo de Lima Júnior.
As informações devem conter mês a mês a vigência dos contratos, nome completo e registro no CRM de cada médico. Também é questionado quantas cirurgias eletivas em cada especialidade foram realizadas.
Outro ofício é destinado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Os edis pediram auxílio da Promotoria de Justiça para que seja realizada uma auditoria especializada, a fim de apurar eventuais irregularidades.
A auditoria é necessária porque, por conter dados sensíveis dos pacientes, os prontuários médicos não podem ser disponibilizados, por isso o pedido ao MPSC. Através dos prontuários vai ser possível verificar, por exemplo, em quanto tempo o médico especialista é acionado e efetivado o atendimento.
Para deixar bem claro, os questionamentos não são referentes aos médicos de plantão na UPA (Clínico Geral) e sim aos médicos de sobreaviso, que são chamados para atender casos em que o paciente necessita de um especialista.
Quanto a questão de médicos, as vereadoras também lembraram da falta de profissional de Pediatria, e também de médicos nas Unidades Básicas de Saúde, o que acaba causando afogamento no PA, contribuindo por um tempo maior de espera no atendimento.