Um homem procurou a Polícia Civil para confessar um feminicídio em Ipira, no Oeste catarinense, na tarde desta sexta-feira (17). Ele indicou o local onde queimou o corpo da mulher, identificada como Lorimar Lotkmeier, 59 anos, e alegou legítima defesa, segundo o delegado Gilmar Bonamigo. Como não houve flagrante, segundo o investigador, o homem não foi preso.
Em depoimento à polícia, o suspeito, 39 anos, relatou ter matado a companheira por estrangulamento na noite de domingo (12), após os dois passarem o dia discutindo.
“No final da tarde, foi deitar. Alega que fingiu que estava dormindo e ela pulou em cima dele”, afirmou Bonamigo.
O corpo ficou na casa até a noite de terça-feira (14), quando o levou com o próprio carro até a beira do Rio Uruguai. Conforme o investigador, ele relatou que deixou o corpo queimando por cerca de três horas e, depois, jogou os restos mortais na água.
Segundo relato do suspeito à polícia, o casal tinha uma relação conturbada. Eles estavam juntos há cerca de sete meses.
A Polícia Militar informou que a vítima tinha passagens criminais por homicídio, lesão corporal, perturbação, vias de fato e ameaça.
Vítima foi condenada por matar o marido
Lorimar Lutkemeier era natural de Machadinho/RS e morou por anos em Tangará, no meio-oeste catarinense, antes de se mudar para Ipira, que fica a cerca de 483 quilômetros de Florianópolis. Ela foi condenada em 2011 a 15 anos de prisão pelo assassinato do marido, em Tangará. Valdenir Bortolini Zanon foi assassinado no dia 18 de março de 2010 após levar várias marteladas na cabeça.
Segundo os autos, na madrugada do crime, em sua casa, ela aproveitou que a vítima estava dormindo, amarrou seus braços e pernas com cordas de nylon para impossibilitar a sua defesa. Em seguida, usou duas facas, uma tesoura e um martelo do tipo marreta, para atingi-lo, provocando a sua morte.
Ela confessou o crime e disse ter matado Valdenir por suspeitar que ele a estivesse traindo. À época, em seu depoimento no julgamento, Lorimar disse que a vítima teria falado que iria fazer ela engravidar e não iria deixar ela ficar com a criança.
Lorimar pediu a realização de exame de insanidade mental, diante da existência de dúvida sobre a sua integridade psíquica. No laudo, contudo, ela foi declarada imputável à época dos fatos.















