Em entrevista coletiva nesta terça-feira (28), o delegado Marcos Vinicius Reis, que investiga a ação de um adolescente que matou uma professora a facadas e feriu outros docentes e alunos em uma escola na última segunda-feira (27), em São Paulo, afirmou que o rapaz disse em depoimento que sofreu bullying ao longo de dois anos nas escolas em que estudou e que treinava golpes de faca em um travesseiro.
Reis diz, no entanto, ter dúvidas ainda sobre a motivação e ressalta que a investigação prossegue. Segundo o delegado, o menino afirmou que desde os 11 anos já tinha a “ideia de fazer algo grave” e que chegou a tentar comprar uma arma por meio de pesquisas na internet, mas que não conseguiu. “Certamente provocaria uma letalidade muito maior”, afirma.
O jovem optou então por usar facas e treinou com um travesseiro, segundo o policial. “Ele alega que ficava treinando com o travesseiro para desferir as facadas”, afirmou.
Segundo Marcos Vinicius Reis, o jovem falou de maneira muito fria e não mostrou arrependimento. “Não chorou, não se emocionou. Falou o que ele fez, reportou os atos de maneira cronológica, inclusive. É uma cena muito impactante”, afirmou.
O estudante já havia ameaçado de morte um colega, quando estudava na Escola Estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
O Cidade Alerta teve acesso a um boletim de ocorrência registrado em 7 de fevereiro. De acordo com o documento, o jovem enviou mensagens pelo WhatsApp, ameaçando um colega de morte, além de mandar vídeos exibindo uma arma.
Ele também pediu, segundo o boletim de ocorrência, R$130 ao colega para, em troca, não cumprir as ameaças. À mãe da vítima, o aluno, de 13 anos, ainda encaminhou fotos da sala de aula do filho, além de informar o trajeto do menino para casa realizado de perua escolar.
Outro caso
Uma funcionária da Escola Estadual José Roberto Pacheco também registrou um boletim de ocorrência por ameaça contra o estudante em 28 de fevereiro deste ano.
A denunciante contou que o jovem estava apresentando “um comportamento suspeito nas redes sociais, postando vídeos comprometedores, como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos”.