A menina de 11 anos que foi sequestrada por um grupo armado na frente de casa em Criciúma foi encontrada na madrugada desta quinta-feira (24) no Rio Grande do Sul, a 50 quilômetros da divisa com estado com Santa Catarina. Após o sequestro, os criminosos teriam passado por várias cidades com ela no porta-malas, para despistar a polícia. A ausência de um cativeiro fixo dificultou o trabalho da polícia.
A garota estava com pés e mãos amarradas e olhos vendados e foi deixada à beira de uma estrada no município de Três Cachoeiras, no Rio Grande do Sul.
“Os autores desse crime não são aventureiros. Foram usados três veículos usados no sequestro. Esses carros foram preparados para isso, não foi ao acaso. Os veículos usados no sequestro foram roubados há dois meses na região, provavelmente, para serem usados neste crime “, conta o delegado Yuri Miqueluzzi.
Conforme Anselmo Cruz, da Delegacia de Roubos e Sequestro da Polícia Civil, os criminosos foram identificados e um homem de 22 anos foi preso. Ele tem relação com o crime, mas não sabia a localização ou destino da menina.
De acordo com o delegado, a criança foi arrebatada quando ela e o pai chegavam a casa, após assistir uma partida futebol. Ao ver uma corrente no portão de entrada, o pai da menina estacionou o carro em via pública e, em seguida, chegaram cinco criminosos em dois veículos.
Na abordagem o pai da menina tentou reagir, sem sucesso. Os criminosos saíram do local levando a criança. Durante as buscas, foi localizado um dos veículos utilizados na ação, abandonado e incendiado, por volta da 0h45.
O primeiro contato dos sequestradores com a família foi por volta das 6h, por meio de uma rede social, pedindo o valor de R$ 11 milhões pelo resgate da criança.
A criança foi entregue após negociação realizada por um advogado criminalista, conhecido da família, a partir do contato feito pelo suspeito pela manhã. Agora, a Polícia Civil busca esclarecer o que motivou o sequestro. A principal hipótese é extorsão.
“Foram identificadas a participação direta de cinco pessoas. Uma foi presa. É trabalhada a possibilidade de mais pessoas envolvidas, como um mandante, mas isso a investigação vai identificar mais adiante”, adiantou Cruz.
Segundo o delegado, a menina está bem e manteve-se o tempo todo serena depois que foi encontrada. Apesar das marcas de compressão nos pulsos e tornozelos, devido à fita plástica com lacre com o qual foi imobilizada, ela não foi ferida pelos bandidos.