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Prefeito de Major Vieira que ‘entrou no esquema para fazer dinheiro” perde o mandato

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Conforme a denúncia, Lisczkovski se associou ao ‘esquema’ no final de 2021.

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O prefeito de Major Vieira, Adilson Lisczkovski, foi preso em abril durante a quarta fase da Operação Mensageiro. No dia 27 de julho virou réu após o Tribunal de Justiça de Santa Catarina aceitar a denúncia contra ele. Ontem (1º de agosto) ele perdeu o mandato.

Por unanimidade, a Câmara de Vereadores de Major Vieira votou e aprovou o projeto de decreto legislativo que dispõe sobre a perda do mandato do prefeito municipal.

Conforme a Câmara, após a prisão Lisczkovski solicitou afastamento do cargo por um período de 60 dias. Após o período, o prefeito afastado não teria solicitado nova licença. Segundo Lei Orgânica Municipal, caso o prefeito se mantenha ausente por mais de 15 dias, é possível aplicação de pena de perda do mandato.

Adilson Lisczkovski é réu na operação que apura a fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões do Estado. Conforme a denúncia, Lisczkovski se associou ao ‘esquema’ no final de 2021.

Entre os dias 7 e 12 de fevereiro, ele teria se reunido com o ex-prefeito de Bela Vista do Toldo em um hotel em Brasília e alegou “que precisava de uma forma de fazer dinheiro”.

O colega então teria apresentado a ele o esquema de propina montado pela Serrana e que estava em operação em Bela Vista do Toldo e outros municípios da região. Adilson se interessou pela proposta, e o ex-prefeito se comprometeu a fazer o intermédio com um representante da empresa para iniciar as conversas para a implementação da prática em Major Vieira.

Segundo o Ministério Público (MP), Adilson teria solicitado a quantia de R$ 10 mil mensais em propina à Serrana, que apresentou uma contraposta ao prefeito oferecendo R$ 5 mil por mês — uma quantia quase equivalente ao salário do chefe do executivo que é de R$ 6.111,02.

O prefeito aceitou a proposta e em maio de 2022, a prefeitura lançou o processo licitatório que, segundo o MP, foi fraudado com o objetivo de garantir a vitória da Serrana. O valor do contrato, inclusive, já continha os valores que seriam repassados para o prefeito em forma de propina, em uma dinâmica parecida com o que ocorreu em outros municípios investigados durante a Operação Mensageiro.

A promotoria explica que Adilson recebeu a propina em uma única oportunidade em novembro de 2022. O repasse foi de R$ 30 mil e era referente a julho e dezembro de 2022. O encontro ocorreu no trevo da BR-116, em Major Vieira.