SC tem dois feminicídios cometidos pelo mesmo homem em 1 mês: promotoria quer condenação máxima

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Homem foi preso por matar jovem de 19 anos por ciúmes e assassinar ex para evitar ser descoberto em SC.

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A pacata cidade de Bom Jardim da Serra, conhecida por suas belezas naturais e temperaturas amenas, foi palco de dois crimes bárbaros que chocaram a comunidade no ano passado. Em agosto, Júlia Antonello Paes, de 19 anos, foi estuprada e morta em uma estrada vicinal.

No mês seguinte, Maria Aparecida da Rosa, de 33 anos, foi assassinada na frente dos filhos. Os dois crimes têm algo em comum: eles são atribuídos à mesma pessoa. 

O réu, de 39 anos, está preso preventivamente no Presídio de Lages e já foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em dois processos penais distintos. O objetivo da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Joaquim é que ele vá ao Tribunal do Júri duas vezes. 

“Todas as evidências responsabilizam o mesmo homem pelos dois crimes e estamos trabalhando para que ele seja julgado pela sociedade e receba penas altíssimas, proporcionais à gravidade extrema dos atos que cometeu”, diz a Promotora de Justiça Stephani Gaeta Sanches. 

Crimes estariam conectados – As investigações realizadas pelos órgãos de inteligência até aqui conectam os dois homicídios, apontando que, em 18 de setembro, o suspeito teria asfixiado e esfaqueado a ex-companheira Maria na frente dos dois filhos, e uma das motivações do crime seria impedi-la de contar às autoridades o que sabia sobre a morte de Júlia.  

Ele se apresentou à Polícia como culpado pela morte de Maria e, posteriormente, foi denunciado pelo MPSC por homicídio com três qualificadoras (feminicídio, asfixia e emprego de recurso que dificultou a defesa). 

Na época, Júlia estava desaparecida e não havia nenhuma associação entre os dois casos. Seu corpo só foi encontrado em janeiro, nas margens de um curso d’água na localidade de Rabungo.

As evidências acabaram apontando para o mesmo suspeito e, nesta semana, ele foi denunciado por mais esse crime.   

Segundo a denúncia, em 19 de agosto, ele teria estrangulado e estuprado a jovem, descartado o corpo e destruído seu celular e suas roupas para eliminar provas.

Nesse processo, o réu é acusado homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e estupro contra vulnerável – pelo fato de a vítima estar inconsciente devido ao estrangulamento. As qualificadoras imputadas são o feminicídio, a asfixia, o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e a motivação ligada a ocultação de outro crime (o estupro cometido anteriormente). 

“Esse homem assinou a própria sentença ao cometer esses crimes, matando duas mulheres inocentes de forma covarde, e caberá à Justiça e à sociedade confirmar a condenação”, conclui a Promotora de Justiça.