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Mapa inédito mostra raio X da violência contra a mulher em Santa Catarina

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Os índices de violência contra a mulher revelam uma preocupante realidade em diferentes regiões de Santa Catarina.

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A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, elaborou pela primeira vez uma radiografia dos índices de violência contra a mulher no Estado.

Os dados são referentes ao ano 2023, relacionando o número de casos de crimes praticados contra as mulheres (feminicídios consumados, vias de fato, lesão corporal dolosa, injúria real, injúria qualificada pelo preconceito, injúria, estupro, difamação, calúnia e ameaça) fornecidos pela Secretaria de Segurança
Pública de Santa Catarina, com o número de habitantes dos municípios, baseado na população catarinense do Censo IBGE de 2022.

Das 120.611 ocorrências contra as mulheres registradas em 2023:

  • 27% aconteceram na região do Vale do Itajaí,
  • 21% no Oeste,
  • 16% na Grande Florianópolis,
  • 15% no Norte, 15% no Sul
  • e 6% na Serra.

Com uma população estimada de 7.610.361 habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE, o índice médio no Estado foi de 15,84 crimes a cada mil pessoas.

Esses dados apontam a necessidade urgente de medidas eficazes para combater e prevenir a violência de gênero contra as mulheres em todas as suas formas, por meio de ações integradas entre os órgãos que compõem a rede de enfrentamento das violências contra as mulheres do nosso Estado”, anotou a coordenadora adjunta da Cevid, juíza de direito Naiara Brancher.

Resultados encontrados

Em relação ao tipo de crime praticado contra as mulheres em Santa Catarina,
verificou-se que, do total dos 120.611 casos relatados, o crime de Ameaça apresentou o maior número absoluto, totalizando 52.814 casos (cerca de 43,79% do total de casos).

Em seguida, tem-se o crime de Lesão corporal leve com 24.934 casos
(20,67%), Injúria com 22.540 casos (18,69%), Difamação com 7.644 casos (6,34%) e
Vias de fato com 7.303 casos (6,06%).

Destaca-se, ainda, que foram 854 casos de Estupro (0,71%), 349 (0,29%) crimes de Lesão corporal grave ou gravíssima e 56 Feminicídios (0,05%).

A comarca de Penha registrou o pior índice de violência contra a mulher. Foram 925 registros de crimes para uma população estimada de 33.663 pessoas. Isso resultou no índice de 27,48.

Já o município de Riqueza, na comarca de Mondaí (Extremo Oeste), teve o pior índice entre todas as cidades. Foram 175 ocorrências para 4.768 habitantes, com índice de 36,70.

Por outro lado, o município de Lajeado Grande teve o melhor índice. Foram duas ocorrências entre os 1.702 moradores (1,18).    

“As cidades com as maiores populações sempre registram mais ocorrências nos números absolutos, mas queríamos identificar a proporção de crimes em comparação com os habitantes de cada município, região e comarca. Com esse objetivo, elaboramos o relatório para que as informações direcionassem nossas ações neste ano. Por conta desses números, já visitamos as comarcas de Dionísio Cerqueira e Maravilha no início do ano, e no próximo mês visitaremos as comarcas de Penha e Navegantes”, explicou a assessora da Cevid Roselene Silveira.

Veja o relatório completo para acompanhar a situação em todo o Estado.