A Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou a socialite Dayane Alcântara, conhecida como Day McCarthy, a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de injúria racial e racismo.
O caso envolve o episódio de racismo cometido pela socialite contra Titi, uma das filhas adotivas do ator Bruno Gagliasso e da atriz Giovanna Ewbank, em 2017.
Na ocasião, Dayane fez comentários racistas em uma postagem feita pelo casal e chamou a menina de “macaca horrível” e disse que ela tinha “cabelo de vassoura e nariz de macaco”.
Após os ataques virtuais, Bruno Gagliasso registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Rio de Janeiro. A acusada foi denunciada pelo Ministério Público à Justiça.
Na sentença proferida na quarta-feira (21), o juiz Ian Legay, da Primeira Vara Federal do Rio de Janeiro, afirmou que a acusada fez ofensas gratuitas contra uma criança de 4 anos com objetivo de fazer alusão à raça e à cor da vítima.
“Expressões execráveis alinhadas a valores forjados em compasso com a prática cotidiana da escravidão e do tráfico transatlântico de indivíduos escravizados, cuja utilização contemporânea, além de configurar crime, pressupõe grave dissonância cognitiva frente aos fatos históricos que atestam a essencialidade dos indivíduos pretos para a formação do Brasil e sua riqueza econômica, cultural e social”, disse o magistrado.
O juiz também avaliou que o discurso foi criminoso e violador da dignidade das pessoas.
“Por isso, não há como relativizar, como pretende a defesa, o caráter doloso e nitidamente ofensivo do discurso proferido por Dayane, no qual, após mencionar um ato discriminatório por ela sofrido, passa a expressar publicamente preconceitos contra todas as pessoas pretas, desnaturando aquilo que poderia ser somente uma infeliz opinião em uma ação de conteúdo criminoso”.
Em nota, o casal Gagliasso comemorou a decisão e disse que continua confiante no Judiciário para garantir a punição do racismo no Brasil.
“Essa é a primeira vez que, em resposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa à prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico. O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo, sua redução. Assim esperamos e seguiremos confiantes na Justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade”, afirmou o casal.
A condenação não é definitiva e ainda cabe recurso.
Família
Bruno Gagliasso, 42, e Giovanna Ewbank, 37, estão há mais de 15 anos juntos. Entre idas e vindas, os dois formaram uma família composta por três filhos, sendo eles Titi, Bless e Zyan.
Nascida no Malawi, Chissomo, mais conhecida como Titi, foi adotada pelos artistas em 2016, quando tinha quatro anos.
Em algumas entrevistas, Ewbank revelou que viajou à trabalho para a África Ocidental, quando encontrou sua primogênita.
Na época, Titi tinha apenas um ano e três meses, quando a apresentadora decidiu que gostaria de adotá-la. Ao ligar para Bruno Gagliasso, o ator concordou de forma imediata e, logo, iniciaram o processo de adoção. Atualmente, Titi está com 11 anos.
Três anos depois de adotarem a primogênita, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso viajaram novamente para o Malawi, quando decidirama adotar Bless, visto que Titi sempre pediu um irmãozinho.
Bless ainda eram um bebê quando o casal o encontrou pela primeira vez. Por conta das burocracias da adoção, demorou cerca de dois anos para que o processo fosse concluído. Bless já está com 9 anos de idade.
Mesmo sem planos de engravidar, Giovanna Ewbank foi surpreendida em 2020. Durante uma viagem a trabalho, a apresentadora começou a sentir enjoos, mas não relacionou de imediato.
No mês seguinte, ela se sentiu mais inchada e estranhou o fato de sua menstruação não descer. Diante de tantos fatores, a mulher de Bruno Gagliasso decidiu realizar alguns testes de gravidez, que rapidamente deram positivo.
Apesar do susto, o casal comemorou o crescimento da família e o nascimento de Zyan, que hoje está com quatro anos.
