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Polícia conclui investigação sobre ‘morte misteriosa’ de agricultores em Itaiópolis 

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O casal, que mantinha uma relação extraconjugal, foi encontrado morto com diferença de algumas horas. As mortes foram dadas como naturais, após ambos consumirem grandes quantidades de bebidas alcoólicas.

O mistério que envolvia as mortes de Ângela Maria Kazmierczak Partala, de 44 anos, e Gerônimo Kosmala, de 58, ocorridas em maio de 2024 na localidade de Paraguaçu, às margens da SC-114 em Itaiópolis, teve um desfecho surpreendente.

Ambos foram encontrados mortos, deitados e cobertos na cama da mesma residência, em menos de 24 horas de diferença. A polícia chegou a investigar a possibilidade de envenenamento, mas os exames toxicológicos descartaram essa hipótese.

A Polícia Civil revelou nesta sexta-feira (6) que não houve crime relacionado às mortes, mas destacou um histórico de violência doméstica que permeava a vida de Ângela.

Os corpos foram encontrados em dias consecutivos — 19 e 20 de maio — na residência de Gerônimo. Ângela foi encontrada sem vida por Gerônimo e uma familiar. No dia seguinte, o próprio Gerônimo foi achado morto pela mesma familiar.

Na ocasião da morte de Ângela, Gerônimo Kosmala relatou que na noite anterior eles jantaram, consumiram bebida alcoólica e foram dormir. Na manhã seguinte Ângela estava morta. Quando ele (Gerônimo) viu que a mulher morreu, passou o dia inteiro bebendo.

Menos de 24 depois, a polícia foi acionada novamente, desta vez por conta do óbito de Gerônimo. O chamado foi feito por uma sobrinha dele, que reside em uma casa no mesmo terreno. Gerônimo também foi encontrado na cama, coberto, em óbito, sem sinais de violência, em situação idêntica a morte de Ângela,

Violência doméstica e circunstâncias pessoais

De acordo com o delegado Cassiano Tiburski, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Mafra, Ângela, que era casada, mantinha um relacionamento com Gerônimo. No entanto, o casamento dela era marcado por episódios de violência doméstica, confirmados por laudos da Polícia Científica. Buscando refúgio, ela teria se abrigado na casa do amante após conflitos com o marido.

Os dias que antecederam sua morte foram descritos como turbulentos. Ângela apresentava sinais de agressão e, segundo a polícia, consumia grandes quantidades de álcool junto com Gerônimo enquanto estava na casa dele.

Mortes naturais confirmadas

O delegado Tiburski detalhou que Ângela foi encontrada morta no dia 19 de maio. Devastado, Gerônimo passou o dia seguinte ingerindo álcool. Durante a madrugada, uma familiar que dormiu na casa percebeu que Gerônimo não estava respirando. Quando verificou, ele também estava sem vida.

A hipótese inicial de envenenamento foi descartada após exames toxicológicos. Ambos os corpos apresentavam altos índices de álcool etílico, e no corpo de Ângela foram encontrados traços de dipirona e metformina, um medicamento utilizado no tratamento de diabetes.

— “Metformina é um medicamento para diabetes, e ela fazia uso contínuo dele”, explicou Tiburski, descartando qualquer relação criminosa com as substâncias.

Encerramento do caso

Com a conclusão de que as mortes não foram provocadas por ações externas, o caso foi classificado como mortes naturais, o popular ‘morreu dormindo’.

O marido de Ângela, apontado como um fator central na investigação sobre a violência doméstica, faleceu durante o andamento das apurações, em novembro deste ano. O inquérito será enviado para análise judicial, marcando o encerramento formal do caso.