Os corpos de duas vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, na divisa entre Tocantins e Maranhão, estão presos a 35 metros de profundidade no rio Tocantins. Ambos foram localizados dentro de uma caminhonete, mas ainda não foram resgatados, pois o veículo está embaixo de uma carreta. As identidades também ainda não estão confirmadas.
A ponte JK desabou na BR-226, entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no dia 23 de dezembro. Até a manhã desta sexta-feira (27), nove mortes foram confirmadas e oito pessoas seguiam desaparecidas, além de um homem encontrado com vida. Veja atualização mais abaixo.
Dentre os nove mortos estão as duas vítimas que foram encontradas ontem (26) dentro do veículo, mas ainda não foram resgatadas. Os corpos foram localizados pelo tenente-coronel Rafael Barreto Menezes, mergulhador do Corpo de Bombeiros do Tocantins.
“Esse veículo foi encontrado em uma situação bem trágica, debaixo de uma carreta. Dentro desse veículo eu consegui identificar duas vítimas, possivelmente uma mulher e um homem. Então, esse veículo está a cerca de 35 metros de profundidade e se torna um mergulho mais preocupante”, explicou o tenente-coronel.
Nesta sexta-feira (27), novos equipamentos para ajudar nas buscas chegaram à região, mas os mergulhos foram temporariamente suspensos por risco de novos desabamentos da estrutura da ponte.
A Marinha levou para região uma câmara hiperbárica e equipamentos para mergulho em águas profundas. A Petrobras informou que disponibilizou um robô que é utilizado para inspeção de dutos submarinos, com câmeras de alta resolução e operado remotamente, chamado de Remote Operated Vehicle (ROV).
Outro equipamento disponibilizado pela empresa pública foi um sonar capaz de gerar imagens mais nítidas do fundo do rio, ajudando a guiar os mergulhadores. A visibilidade no leito do rio, inclusive tem sido um dos desafios encontrados na operação de resgate.
“Está um cenário muito perigoso porque lá embaixo tem muitos destroços, muito ferro apontando. O risco de algum ferro passar no equipamento e o mergulhador ficar preso é muito grande. Então, o mergulho está sendo bastante perigoso”, informou o coronel. “Tem uma carreta que está por cima do veículo e esse veículo está muito retorcido. Não teve a possibilidade de a gente retirar as vítimas porque estão presas”.
Segundo ele, para resgatar os corpos primeiro será preciso retirar a carreta. “É um trabalho bem complexo. Vai precisar de um maquinário pesado. Então, a gente vai ter que tirar a carreta, rolar a carreta de cima do carro para tirar esse veículo de lá”.
A ação só será realizada após os mergulhos na área serem liberados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em nota divulgada nas redes sociais, o órgão informou que aguarda a chegada de equipamentos de precisão que irão apontar estabilidade na estrutura existente.
“Esse trabalho será feito de forma contínua. A previsão é retomar os trabalhos de busca neste sábado (28)”, diz a nota.
Mais dois corpos encontrados
Na noite desta sexta-feira (26), o Corpo de Bombeiros anunciou que foram encontrados, por volta das 19h, mais dois corpos de vítimas do desabamento da ponte.
Segundo os bombeiros, os corpos estavam próximos da ponte e da região onde foi criada uma base para os mergulhadores da Marinha. Um dos corpos já foi retirado da água, porém o outro foi localizado, mas ainda não foi possível retirar do rio por causa da correnteza. Ambos ainda não foram identificados.
Com os dois corpos encontrados nesta sexta (27), o número de mortes confirmadas chega a 11, enquanto 6 pessoas continuam desaparecidas.