O município maranhense de Buriticupu, situado na ponta nordeste da Amazônia brasileira e localizada a cerca de 400 km da capital São Luís, enfrenta um cenário alarmante. Nas últimas semanas, grandes crateras com vários metros de profundidade fizeram o governo municipal a decretar Estado de Emergência.
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Cerca de 1.200 pessoas da população de 55 mil habitantes está correndo risco de que suas casas sejam engolidas pelo abismo. Com a medida, fica autorizada, por exemplo, a desapropriação de casas “comprovadamente localizadas em áreas de risco de desastre”.
Nos últimos meses, as dimensões se expandiram exponencialmente, aproximando-se substancialmente das residências, diz o decreto da prefeitura.
Em alguns pontos mais críticos, os buracos já avançaram mais de 20 metros em direção às moradias.
Um laudo técnico do Departamento de Engenharia municipal aponta que o problema da erosão está acelerando, principalmente no atual período de chuvas mais fortes e intensas. Vários edifícios já foram destruídos, diz o decreto.
As grandes erosões do solo, conhecidas como “voçorocas”, são o principal problema que assola a cidade. O termo, de origem indígena, significa “rasgar a terra” e descreve o processo de formação de grandes buracos, alguns com até centenas de metros de extensão e dezenas de metros de profundidade. O problema se agrava em períodos de chuvas intensas, como o atual, que aceleram o processo de erosão.
A contenção das voçorocas é um processo complexo e caro, que exige estudos técnicos e investimentos em infraestrutura.
O secretário de Obras Públicas de Buriticupu disse que o município claramente não tem capacidade para encontrar soluções para a complexa situação.
Enquanto as autoridades locais buscam alternativas para conter a erosão e proteger a população, os moradores de Buriticupu vivem sob a ameaça constante de ver suas casas e infraestrutura sendo engolidos pela terra.