Dois irmãos foram resgatados de uma propriedade rural em São José do Cerrito, na Serra Catarinense, após serem encontrados vivendo em condições análogas à escravidão.
A operação de resgate, realizada por uma força-tarefa liderada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SC), revelou um cenário de exploração e degradação humana.

Os irmãos, que trabalhavam na fazenda há sete anos e dois meses, respectivamente, dividiam um barraco insalubre com animais, como bezerros e ovelhas, separados apenas por ripas de madeira.
O local, tomado por fezes e com um banheiro improvisado, não oferecia condições mínimas de higiene e habitabilidade. Além disso, os irmãos não recebiam salário, sendo pagos apenas com cachaça em troca do trabalho.
O irmão mais velho era responsável por serviços gerais e cuidava dos animais, enquanto o mais novo foi contratado para quebrar pedras e construir um piso em um dos estábulos do barraco. Ambos desenvolveram dependência de álcool, agravando ainda mais a situação de vulnerabilidade.
O patrão e responsável pela propriedade foi preso em flagrante e permanecerá detido até que as dívidas trabalhistas sejam regularizadas e as rescisões quitadas.
A força-tarefa, que também inclui o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Polícia Federal e representantes dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, finalizará a diligência após a apresentação de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).


















