Onda de feminicídios choca o RS: mãe e filha são mortas em crime brutal, diz polícia

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Foram 10 feminicídios registrados durante o feriado prolongado. A maioria das vítimas foram mortas com golpes de faca.

O Rio Grande do Sul vive uma sequência alarmante de crimes de feminicídio que vêm causando comoção e revolta em todo o estado. Após o registro de seis assassinatos de mulheres em um único dia — na Sexta-Feira Santa — novos casos de violência extrema voltaram a ocorrer em um curto intervalo de tempo.

Na noite de domingo de Páscoa (20), Talia da Costa Pereira, de 26 anos, foi assassinada a tiros dentro do próprio apartamento, na cidade de Serafina Corrêa.

Segundo informações da polícia, o criminoso invadiu o imóvel e efetuou vários disparos com uma pistola 9mm, atingindo principalmente a cabeça da vítima, que morreu na hora. Talia estava acompanhada dos dois filhos pequenos, que presenciaram o crime. O autor ainda não foi identificado.

Já em Pelotas, no início da tarde desta segunda-feira (21), uma mulher foi baleada no meio da rua. A vítima, de 33 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O suspeito fugiu.

O caso mais recente, e considerado o mais brutal, ocorreu também na tarde desta segunda-feira (21) em Ronda Alta, no norte do estado.

Um homem de 49 anos, identificado como Juliano Henn, matou a companheira, Leobaldina Rocha Lyrio, de 41 anos, e a enteada, Diênifer Rauani Lyrio Gonçalves, de apenas 14 anos, a facadas dentro do apartamento da família. Em seguida, ele cometeu suicídio.

Homem assassinou a companheira e a filha dela, uma adolescente de 14 anos, e em seguida tirou a própria vida — Reprodução/Redes Sociais

Uma criança de 9 anos, filha de Leobaldina e enteada de Juliano, presenciou parte do ataque e conseguiu escapar pulando da sacada do primeiro andar do prédio.

Apesar da queda de cerca de cinco metros, a menina não se feriu. Em depoimento à polícia, ela relatou que o crime começou com uma discussão entre o casal, e Diênifer teria sido esfaqueada ao tentar defender a mãe.

Segundo relatos da Brigada Militar e da Polícia Civil, a cena encontrada no local foi descrita como “um cenário de guerra”, tamanha a violência empregada no ataque.

Juliano, que era conhecido na cidade por atuar na área de paisagismo e jardinagem, não tinha histórico de violência doméstica registrado. Leobaldina trabalhava como massoterapeuta, e o casal estava junto há cerca de um ano, morando no local desde dezembro de 2024.

Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) após a realização da perícia. A Polícia Civil segue investigando todos os casos.

Dez mulheres foram vítimas de feminicídio durante o feriadão no Rio Grande do Sul.

Difícil celebrar a vida quanto tantas morrem de forma tão violenta e covarde, quase sempre pelas mãos de ex-maridos e companheiros. Até quando?

  • Feliz
    • Raíssa Muller, de 21 anos, e o atual namorado foram mortos a facadas. O suspeito é o ex-namorado de Raíssa.
  • São Gabriel
    • Juliana Proença, de 47 anos, morta a facadas. Juliana foi degolada na frente da filha de seis anos. O suspeito é o ex-namorado.
  • Viamão
    • Patrícia Viviane de Azevedo, técnica de enfermagem de 50 anos, foi morta a tiros. O suspeito é o companheiro, que fugiu após o crime. O casal estava em processo de separação.
  • Parobé
    • Caroline Machado Dorneles, de 25 anos, foi assassinada a facadas. Ela estava grávida de três meses e era mãe de uma menina de 5 anos. Caroline foi atacada por seu ex-companheiro.
  • Santa Cruz do Sul
    • Simone Andrea Meinhardt, de 48 anos, foi morta com golpes de facão pelo companheiro, que foi preso em flagrante. 
  • Bento Gonçalves
    • Jane Cristina Montiel Gobatto, de 54 anos, foi morta a facadas pelo companheiro.
  • Serafina Corrêa
    • Taila da Costa Pereira, de 26 anos, morta a tiros.
  • Pelotas
    • Lais Malaguez Meyer, de 33 anos, morta a tiros.
  • Ronda Alta
    • Leobaldina Rocha Lyrio de 41 anos e sua filha Dienifer Rauani Lyrio de 14 anos, mortas a facadas.