A comarca de Papanduva se prepara para sediar, nesta quarta-feira (7), uma sessão do Tribunal do Júri que promete atrair a atenção de toda a região.
No banco dos réus, estarão três homens acusados de uma série de crimes bárbaros ocorridos na madrugada de 16 de dezembro de 2023, na localidade de Rio Engano, zona rural do município. Os acusados responderão por sequestro, estupro, tentativa de homicídio duplamente qualificada, homicídio triplamente qualificado consumado e ocultação de cadáver, em um processo que envolve um total de cinco vítimas e tramita sob sigilo judicial.
As investigações da Polícia Civil revelaram detalhes chocantes sobre a noite de terror. Segundo apurado na época das prisões, os três homens teriam sequestrado um grupo de quatro amigos, desencadeando uma onda de violência.
Uma jovem de 23 anos foi vítima de estupro, enquanto Cristiano Maguirovski, um homem de 34 anos, teve um destino ainda mais trágico. Ele foi submetido a sessões de tortura, incluindo a cruel prática de empalação – a inserção de uma estaca que atravessa o corpo –, além de espancamento e queimaduras com cigarros.
O corpo de Cristiano foi posteriormente descartado em um rio que marca a divisa entre Papanduva e Santa Terezinha.
A fuga dos criminosos durou poucos dias e percorreu longos 1.500 quilômetros até que fossem detidos no Paraguai, demonstrando a tentativa desesperada de escapar da justiça.
Sessão de Julgamento com restrições
O julgamento será realizado no plenário da Câmara de Vereadores de Papanduva, com início previsto para as 9h e sem horário definido para o encerramento, dada a complexidade do caso.
A condução dos trabalhos ficará a cargo do juízo da Vara Única da comarca, com a atuação do Ministério Público de Santa Catarina na acusação e das defesas técnicas dos acusados.
Diante da natureza delicada do caso e da necessidade de garantir a ordem e a segurança durante a sessão, o acesso ao plenário será limitado. Apenas cinco familiares de cada lado – réus e vítimas – previamente identificados, poderão acompanhar o julgamento presencialmente.
Durante todo o trâmite, será rigorosamente proibida qualquer manifestação por parte do público presente, em conformidade com o artigo 795 do Código de Processo Penal. Além disso, o uso de aparelhos celulares ou outros dispositivos eletrônicos capazes de gravar áudio ou vídeo, mesmo que silenciosamente, estará vetado.
O contato com os jurados, que permanecerão incomunicáveis durante todo o julgamento, bem como com os réus sob custódia, será restrito às autoridades legalmente autorizadas.