Pequeno, prático… e repleto de germes.
Apesar de parecer inofensivo, o celular é um dos objetos mais contaminados com os quais temos contato diário.
Pesquisas indicam que a superfície do smartphone pode abrigar até dez vezes mais bactérias do que um vaso sanitário, resultado de seu uso constante pelas mãos, rosto e em superfícies nem sempre limpas.
Entre os microrganismos mais comuns estão Escherichia coli, Salmonella e Staphylococcus aureus, capazes de provocar infecções gastrointestinais, respiratórias e cutâneas.
Em um levantamento que analisou aparelhos de estudantes nos Estados Unidos, foram identificados mais de 17 mil genes bacterianos nos celulares testados. O dado reforça a função do smartphone como um “hub” de microrganismos – um risco potencial principalmente para idosos, crianças e pessoas com imunidade comprometida.
Hábitos que pioram a contaminação
Usar o celular no banheiro, manuseá-lo durante refeições ou deixá-lo sobre a cama são práticas que aumentam a carga de germes.
“O celular acaba funcionando como uma extensão da nossa mão, acumulando facilmente os microrganismos que tocamos ao longo do dia”, explica o infectologista Ruan Fernandes, da Rede D’Or São Luiz.
Outro erro frequente é esquecer a capinha: poeira, suor e restos de alimento se somam ao plástico ou silicone, criando um ambiente ideal para bactérias. Emprestar o aparelho a familiares ou colegas também favorece a troca de colônias microbianas.
Riscos para grupos vulneráveis
A contaminação é especialmente perigosa para quem já tem saúde fragilizada. “Idosos, crianças e imunossuprimidos deveriam ter um cuidado ainda mais intenso com o celular”, alerta o Dr. Ruan.
Bactérias resistentes, como a MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina) ou a Pseudomonas, podem desencadear quadros graves em hospitais ou lares de longa permanência.
Como limpar sem danificar o aparelho
A boa notícia é que manter o celular higienizado não é complicado nem caro. Confira as recomendações de fabricantes e especialistas:
Passo | Como fazer | Frequência sugerida* |
---|---|---|
1. Desligue o aparelho | Retire capas e acessórios antes da limpeza. | — |
2. Álcool isopropílico 70 % ou etílico 75 % | Umedeça levemente um pano de microfibra e passe sobre todas as superfícies externas, em movimentos circulares suaves. | 1× por semana (ou diariamente se o celular for a banheiros/transporte público) |
3. Água destilada | Para limpezas leves, a Samsung autoriza borrifar no pano e repetir o procedimento. | Quando houver pouca sujeira visível |
4. Capinhas | Lave capas de silicone ou plástico com sabão neutro; se forem de tecido ou couro, siga as instruções do fabricante. | 1× por semana |
5. Secagem natural | Deixe o aparelho secar ao ar antes de religá-lo; o álcool evapora rápido e não prejudica componentes, segundo o Dr. Ruan. | — |
*A microbiologista Emily Martin, da Universidade de Michigan, recomenda higienizar o smartphone pelo menos uma vez por semana; em locais de alta circulação, faça a limpeza diariamente.
Medidas simples, saúde preservada
Além da higienização periódica, lave as mãos com frequência e evite levar o celular para ambientes de alto risco, como banheiros públicos. Reduzir o uso durante as refeições e não compartilhar o aparelho — especialmente com crianças pequenas — também ajuda a prevenir infecções.
Com poucos minutos de cuidado, é possível manter o “companheiro digital” livre de germes e proteger sua saúde e a de quem convive com você.