O mundo comemora neste 8 de março o Dia da Mulher. A data é percebida por muitos como um momento festivo, no qual se distribuem flores e mensagens que ressaltam a importância da mulher na sociedade. Mas nós, mulheres brasileiras, vamos comemorar o que mesmo?
Cultura misógina diz que mulheres devem obediência aos homens, que pertencem a eles e que valem menos que eles.
A ‘Lei Maria da Penha’ (Lei 11340/06), foi uma conquista para as mulheres, já que surgiu como forma de prevenir e também de dar assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar, assim como penalizar aqueles que cometem tal crime.
Mas em nome da preservação da família, ainda ouvimos discursos que nega à mulher o direito a denunciar violência.
Estatísticas mostram que 4.473 mulheres foram vítimas de homicídio em 2017, um crescimento de 6,5% em relação a 2016, quando 4.201 mulheres foram assassinadas.
E como acabar com essa violência? Um candidato a presidência do Brasil tem a receita para reduzir o número de mulheres vítimas de violência doméstica: armá-las.
Ele só esqueceu de dizer onde as mulheres vítimas de violência, a maioria delas de pouca ou nenhuma renda, vão encontrar dinheiro para comprar armas.
O reconhecimento de que existe sim uma cultura que coloca a mulher como inferior ao homem, do ódio contra tudo que é feminino e a influência dessa cultura na existência de alguns crimes, faz parte do processo de conscientização de que ela tem que mudar.
Hoje, e todos os outros dias do ano devem ser dias de luta e enfrentamento às pequenas violências cotidianas tão incorporadas em nossa sociedade: desde o menosprezo a capacidades das mulheres até as diferenças salariais, do assédio sexual no espaço público até o assédio moral no ambiente de trabalho, das pequenas violências simbólicas à violência física.
Deixemos para comemorar o dia em que nenhuma mulher for assassinada apenas por ser mulher!
Meu nome é Letícia, tenho 36 anos, dois filhos e uma triste história de vida. Sofri muita violência doméstica e hoje luto para me reerguer.
Já fui espancada enquanto amamentava meu fiho. Sofri calada por anos.
A ajuda veio de onde eu menos esperava: a Lei.
Hoje eu já consigo sorrir!