Agência ALESC — Com várias regiões próximas da ocupação total dos leitos de UTI, diversos deputados apelaram ao governo para que agilize a abertura de mais leitos de terapia intensiva na sessão de quarta-feira (8) da Assembleia Legislativa.
Pelo amor de Deus, olha para as regiões Norte e Nordeste do estado, 100% dos leitos ocupados no Hospital São José, chegando a 100% no Regional Hans Dieter Schmidt, não tem mais espaço na rede pública para atendimento, precisa da contratação de leitos privados”, alertou Fernando Krelling (MDB).
Segundo o deputado, a prefeitura contratou 40 novos leitos de UTIs, enquanto o governo do estado destinou 20 leitos já existentes para pacientes com coronavírus.
Não adianta mandar respiradores, temos que contratar médicos, enfermeiros, técnicos, equipes de UTI, os guerreiros do Hospital Regional estão com Covid, tem servidor no leito de UTI, é assustadora a situação de Joinville”, confessou Krelling.
Ada de Luca (MDB) e Mauro de Nadal (MDB) também destacaram o avanço da pandemia e a corrida por mais leitos de UTI.
No dia 15 de junho o secretário de Saúde falou que havia 372 leitos, que precisava de 712 e reclamou da demora do Ministério da Saúde em liberar novos leitos. O ministério liberou 233 e agora o estado tem 345 leitos habilitados! É uma confusão. Não dá para entender, estamos voltando para trás?”, questionou Ada, acrescentando que na região Sul também a ocupação beira os 100%.
Há um desespero muito grande por leitos de UTI, por habilitação dos leitos de retaguarda, isso deveria ser ágil, mas está se perdendo no meio da burocracia. Apelo para que o governo agilize essas habilitações, Itapiranga está precisando, várias regiões estão precisando”, insistiu Mauro de Nadal, vice-presidente da Casa.
Já o deputado Doutor Vicente Caropreso (PSDB), que é médico, pintou um quadro desolador, denunciou a falta de sedativos e ponderou que os pedidos por reabertura e a divisão de responsabilidade entre o Executivo Estadual e as prefeituras apresentam a conta à sociedade.
Solicitamos que houvesse abertura e que os municípios pudessem ter autonomia, agora estamos vendo a autonomia e quanto isso custa, o peso da responsabilidade dividido é forte. Não queríamos, mas a percepção da doença, a má percepção, não foi o governo do estado que veio, o exemplo foi nacional, andar sem máscara e aglomeração na ordem do dia”, disparou Caropreso.
A palavra de ordem é ajudar. O senador Esperidião Amin, depois de um apelo nosso, tem promovido reuniões contínuas com o Ministério da Saúde na questão dos kits de anestésicos. Não adianta ter respiradores e vagas na UTI, precisa do medicamento, é um problema nacional. É preciso que o presidente aja com firmeza no cenário internacional. É preocupante a provável falta em vários pontos do estado”, previu Caropreso.
Recursos para hospitais filantrópicos
Jessé Lopes (PL) cobrou do governo a distribuição de R$ 56 mi para os hospitais filantrópicos. Sargento Lima (PSL) e Maurício Eskudlark também criticaram a demora dos repasses.
A gente devia ter se dado conta que certas coisas só funcionam no porrete, na denúncia, só no pau, conheci bastante gente que funciona na base do cacete, apanhando”, concordou Sargento Lima.
“Santa Catarina está recebendo R$ 1,2 bi do governo federal, é muito dinheiro que está recebendo do governo federal e infelizmente não está fazendo a devida aplicação. O deputado Jessé citou os repasses da União para a SES e aí esse valor tem de ser repassado aos municípios, infelizmente tem demorado o repasse para os hospitais”, disparou Maurício Eskudlark.
Eleições em novembro
Sargento Lima questionou a segurança sanitária para promover as eleições municipais em novembro e criticou os recursos empregados na eleição, cerca de R$ 650 mi.
Quem disse que não vai ter risco de pandemia em novembro? Vamos poder lotar escolas, encher as ruas, vai estar tudo liberado?”, perguntou Lima, que lamentou o aumento do Fundo de Participação dos Estados e a inserção de 30 segundos de horário político gratuito. “Isso atingiria o coração do vírus”, ironizou.