O presidente Jair Bolsonaro durante gravação de discurso para a 75ª Assembleia Geral da ONU. Foto: Marcos Corrêa/PR |
Após o presidente Jair Bolsonaro dizer em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) que pagou cerca de US$ 1 mil (mil dólares) de auxílio emergencial por pessoa, uma dona de casa do Rio de Janeiro foi à Justiça para receber a diferença (ela ganhou R$ 2,4 mil, em quatro parcelas de R$ 600, como os outros beneficiados).
As advogadas Leila Loureiro e Noemy Titan escrevem na petição que, na atual cotação do dólar, o valor total do auxílio que deveria ter sido recebido pela cliente é de R$ 5.540, se considerados os mil dólares.
\”Dados os fatos acima, busca a presente pretensão o pagamento da diferença entre o valor recebido e o valor declarado pelo Presidente, de modo a materializar fielmente o benefício financeiro que foi destinado aos brasileiros, segundo expressamente proclamado pelo Chefe maior do estado\”, argumentam.
Na ação, as advogadas sustentam que o valor recebido teve \”importantíssima relevância\”, mas que não foi o suficiente para gastos como saúde, educação e moradia. Elas pedem ainda dano moral, totalizando a causa em R$ 9.420.
No processo, a juíza federal substituta Angelina de Siqueira Costa intimou a União Federal a prestar informações em 10 dias e, caso não reconheça o pedido, apresente contestação em até 30 dias.
O discurso de Bolsonaro foi feito na terça-feira (22) na abertura da 75ª Assembleia Geral da ONU, em que defendeu a gestão ambiental do país e a resposta brasileira à pandemia.
\”Eu disse no meu discurso da ONU que o total do auxílio emergencial era próximo de US$ 1000, na verdade, dá US$ 960, mas foi o suficiente para baterem em mim\”, comentou Bolsonaro em live nas redes sociais na quinta-feira (24).
\”Dos 65 milhões que receberam de R$ 600 tínhamos ali 12 milhões de senhoras com filhos, essas receberam o dobro, o que eleva a média\”, justificou.