Condenada será executada com injeção letal em dezembro deste ano/Reprodução |
O governo dos Estados Unidos marcou a primeira execução federal de uma mulher presidiária desde 1953. Ela deve receber uma injeção letal no estado de Indiana, em 8 de dezembro deste ano.
Lisa Montgomery, hoje com 52 anos, foi condenada à pena de morte por matar uma mulher grávida de oito meses, cortar sua barriga com uma faca de cozinha e roubar o bebê, no Missouri, em 2004. Crime semelhante ao ocorrido no município de Canelinha, em Santa Catarina, em agosto deste ano.
Durante o julgamento de Lisa, em 2008, a defesa alegou que ela sofria de pseudociese — popularmente conhecida como \”gravidez psicológica\”, quando a mãe acredita que está grávida e chega a exibir sintomas.
Após cinco horas pensando, o juiz decidiu que ela merecia morrer devido à natureza hedionda do crime.
O CRIME
Em dezembro de 2004, Lisa Montgomery dirigiu até a casa da vítima, Bobbie Jo Stinnett, supostamente para comprar um cachorro.,
Uma vez dentro da residência, Lisa atacou e estrangulou Stinnett – que estava grávida de oito meses – até que a vítima perdesse a consciência.
Usando uma faca de cozinha, Lisa então cortou o abdômen de Stinnett, fazendo-a recobrar a consciência.
Uma luta se seguiu e Lisa estrangulou Stinnett até a morte. Lisa então removeu o bebê do corpo da vítima e o levou com ela, tentando passar como se ela mesma tivesse dado a luz.
Em 2008, um júri considerou Lisa Montgomery culpada de sequestro federal que resultou em morte e recomendou por unanimidade a sentença de morte.
A última mulher a ser executada pelo governo dos EUA foi Bonnie Heady, que morreu em uma câmara de gás no Missouri em 1953, de acordo com o Centro de Informações sobre Pena de Morte.
No sistema de justiça dos Estados Unidos, os crimes podem ser julgados em tribunais federais, em nível nacional, ou em tribunais estaduais, em nível regional.
A pena de morte foi proibida em nível estadual e federal por uma decisão da Suprema Corte de 1972 que cancelou todos os estatutos de pena de morte existentes.
Uma decisão da Suprema Corte de 1976 permitiu aos estados restabelecer a pena de morte e, em 1988, o governo aprovou uma legislação que a tornou disponível novamente em nível federal.
De acordo com dados coletados pelo Centro de Informações sobre Pena de Morte, 78 pessoas foram condenadas à morte em processos federais entre 1988 e 2018, mas apenas três foram executadas.
Esse número aumentou durante a Administração de Trump. As execuções de Montgomery e Bernard Brandon, de 40 anos (que também está marcada para dezembro) serão a oitava e a nona que o governo federal realiza este ano.
A aplicação desta punição é limitada a certos crimes divididos em três categorias: certos homicídios; espionagem e traição e crimes ligados a narcóticos.