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Nova variante do coronavírus é detectada em Minas Gerais

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As pessoas contaminadas pela nova variante não fizeram viagens internacionais ou tiveram conexão com outros estados.

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Uma nova e potencialmente perigosa variante do coronavírus foi detectada por cientistas em Belo Horizonte (MG). Ela tem uma combinação de 18 mutações nunca anteriormente descritas no Sars-CoV-2.

Parte dessas modificações já foi identificada em outras variantes associadas a uma maior transmissão e com o aumento do risco de morte.

Os estudos genéticos já realizados indicam que a nova variante tem características em comum com a P.1, descoberta em Manaus, a P.2, identificada no Rio de Janeiro, a B.1.1.7, do Reino Unido, e a sul-africana B.1.1.351, afirma a coordenador do estudo, Renato Santana, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“É importante dizer que ela tem características comuns com as variantes que já estavam circulando no Brasil, mas ela também tem novas características. É como se essas variantes estivessem evoluindo”, explica Santana.

Cientistas acreditam que ela pode estar em circulação em outras cidades de Minas Gerais, além da capital, que têm registrado uma explosão de casos graves nas últimas semanas. Segundo Santana, possivelmente, ela ainda começa a se espalhar.

A nova variante foi descoberta por pesquisadores do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, em colaboração com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a prefeitura de Belo Horizonte.

Segundo ele, embora seja precoce dizer se a nova variante é mais transmissível ou severa, já se sabe que ela possui mutações já descritas em outras variantes associadas com o aumento do risco de morte.

Segundo o virologista, tudo indica que as pessoas contaminadas pela nova variante não fizeram viagens internacionais ou tiveram conexão com outros estados. No entanto, ainda são necessários novos estudos, inclusive com amostras mais antigas, para determinar exatamente quando e onde ela surgiu.

De acordo com Santana, possíveis impactos da nova variante na capacidade de imunização das vacinas aplicadas no Brasil também precisam ser pesquisados.

“Ela tem mudanças nas mesmas regiões importantes que são identificadas pelos anticorpos neutralizantes produzidos pela vacina. Mas ainda é cedo para a gente dizer se tem algum impacto na eficácia das vacinas”, pontuou.