Nesta quarta-feira (30), a Polícia Civil concluiu a investigação sobre um incêndio ocorrido em março deste ano e que resultou na morte da jovem Mauriceia Estraich, de 22 anos em Descanso, no Oeste catarinense.
Na época, o cunhado da vítima, um homem de 24 anos, foi preso em flagrante no mesmo dia do crime por ter prestado declarações falsas na Delegacia de Polícia.
Mauriceia foi encontrada carbonizada dentro da residência em que morava com o companheiro. Como o corpo foi queimado, o Instituto Geral de Perícias (IGP) informou que a identificação da jovem e exames complementares foram feitos a partir da arcada dentária, por isso a liberação do corpo levou quase um mês.
As investigações concluíram que o fogo foi causado propositalmente com a utilização de gasolina. O indiciado confessou parcialmente a prática do crime.
Conforme Delegado Cléverson Muller, o autor do crime chegou ao local dos fatos cerca de 20 minutos antes do incêndio, registrado no final da madrugada de domingo, 28 de março de 2021 (por volta das 05h50).
Relatou que chegou na casa, bateu na porta e quando a vítima abriu, ele foi em direção da mesma, segurando-a pelo pescoço e posteriormente aplicou dois golpes conhecidos como ‘mata-leão’.
“Segundo o indiciado, acreditando que Mauriceia estivesse morta, ele acabou por atear fogo, nela ali, e então em toda a casa”, informou o delegado Muller. Exames laboratoriais comprovaram que o autor utilizou gasolina para iniciar o incêndio.
O indiciado também alegou que estava sob efeito de drogas e não soube explicar qual a razão que o motivou a realizar o crime.
O laudo pericial confirmou que a vítima aspirou fumaça, o que confirmou que ela estava viva no momento do incêndio. Desta forma, o homem, que permanece preso, foi indiciado por feminicídio com as qualificadoras de motivo fútil, do fogo e do recurso que dificultou a defesa da vítima.
Segundo o pai da jovem, Ermindo Estraich, o suspeito tinha desavenças com a vítima. Conforme o Delegado Cléverson Muller, o autor dos fatos tinha a intenção de residir na casa de Mauriceia, no entanto, ela não havia permitido que isso ocorresse.
Diante da negativa, ambos tiveram algumas discussões, até o cometimento do crime por parte do autor.
Mensagens trocadas entre a vítima e o suspeito antes do assassinato foram analisadas pela investigação. Segundo o delegado, a jovem não aceitou que o cunhado se mudasse para sua residência pois “teria dado em cima dela e a espiava com intuito sexual”. O cônjuge dela não estava no local e não foi considerado suspeito, segundo a polícia.
O inquérito agora será encaminhado para o poder judiciário, para dar sequência ao processo.