Nas últimas semanas, os estados brasileiros se viram diante de um novo surto de doença respiratória: a gripe. Em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, hospitais estão lotados e foram registradas mortes. A grande culpada é uma nova variante do vírus, a H3N2.
A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda que acomete o sistema respiratório, com elevado potencial de transmissibilidade e distribuição global.
O vírus da gripe propaga-se facilmente pelo ar, por meio de gotículas respiratórias expelidas por uma pessoa infectada quando ela fala, canta, tosse ou espirra, e é responsável por elevadas taxas de hospitalização.
Devido ao aumento de casos identificados em Santa Catarina, assim como o registro de transmissão da doença em outros estados do país, a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) emitiu um alerta para os serviços de saúde de todos os municípios catarinenses.
Até o momento, foram confirmados 56 casos de gripe, sendo que 53 ocorreram entre o fim do mês de novembro e o mês de dezembro. Deste total, foi identificado o subtipo H3 em 33 casos.
Dentre o tipo A, dois subtipos são bastante conhecidos e responsáveis por epidemias sazonais, o subtipo H1N1 e o H3N2.
O quadro clínico da influenza tem início abrupto, com sintomas de Síndrome Gripal como febre, tosse seca, dor de garganta, mialgia, cefaleia e prostração. Geralmente, tem resolução espontânea em aproximadamente 7 dias, embora a tosse, o mal-estar e a fadiga possam permanecer por algumas semanas.
No entanto, alguns casos, principalmente em indivíduos com fatores e/ou condições de risco, pode evoluir para um quadro mais grave, conhecido como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Dessa forma, é importante reforçar as medidas de prevenção contra a doença. “A gripe e a Covid-19 são doenças respiratórias transmitidas de forma muito parecidas. Então, quando prevenimos a Covid-19, prevenimos também a gripe” esclarece o diretor da DIVE/SC.
Para prevenir a gripe é preciso:
- Lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir o nariz e boca com o antebraço ao espirrar ou tossir;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter o uso da máscara, especialmente nos locais pouco ventilados ou em que não é possível manter o distanciamento social;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;
- Evitar sair de casa em período de transmissão da doença;
- Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
Vacinação contra a gripe
Em Santa Catarina, a Campanha de Vacinação contra a Gripe para os grupos prioritários ocorreu em todo o estado entre os dias 14 de abril e 9 de julho.
A partir do dia 10 de julho, os municípios que ainda tinham doses disponíveis puderam vacinar a população em geral. Para a realização da Campanha, o estado distribuiu 2.757.310 doses da vacina. A cobertura vacinal alcançada foi de 67,4%.
O vírus influenza que circula neste momento é um vírus do tipo A/Darwin/9/2021 (H3N2), que não estava contemplado na vacina utilizada na Campanha de 2021. Para o próximo ano, já existe a recomendação para que a vacina aplicada seja quadrivalente e contemple a proteção contra o vírus.