As crianças, assim como os adultos, também podem ser infectadas pelo SARS-CoV-2, desenvolver Covid-19, transmitir o vírus para outras pessoas e morrer.
A doença é hoje, a segunda maior causa de morte em crianças entre 5 e 11 anos no Brasil, perdendo apenas para os acidentes de trânsito, segundo o Ministério da Saúde.
Desde o início da pandemia, 1.449 mortes de meninos e meninas nessa faixa etária foram oficialmente registradas em decorrência do vírus e mais de 2.400 mil casos da Sindrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) foram associadas à Covid-19. A pandemia matou mais crianças que todas as doenças circulatórias somadas no período.
Por isso, a decisão tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 20 é considerada tão importante: crianças e adolescentes de 6 a 17 anos já podem ser vacinados com a CoronaVac.
A autorização para uso emergencial da vacina no público pediátrico se deve a diversos fatores: a vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac tem um altíssimo perfil de segurança, sendo, dentre os imunizantes disponíveis, o que causa menos e mais leves efeitos adversos.
Ela é feita com a tecnologia de vírus inativado, uma das mais tradicionais e estudadas, usada em diversas outras vacinas para crianças. Além disso, os ensaios clínicos e os dados de efetividade do uso da CoronaVac no mundo real no Chile e na China já mostraram que a vacina é imunogênica, ou seja, estimula o sistema imune a combater o vírus.
Além do vírus SARS-CoV-2 inativado, cada dose de CoronaVac, contém outros ingredientes que contribuem para que o organismo tenha um desempenho ainda melhor contra a Covid-19.
Essas substâncias, comumente usadas em todos os tipos de vacinas, são os chamados adjuvantes. Um dos adjuvantes da CoronaVac, e de imunizantes como o da hepatite B, é o hidróxido de alumínio, convencionalmente usado também em medicamentos, e que não apresenta qualquer risco de toxicidade nem causa magnetismo.
A concentração da substância na vacina obedece o limite aprovado por órgãos reguladores internacionais e pela Anvisa.
Isto a torna segura e incapaz de prejudicar um ser humano de qualquer idade ou condição física, conforme explica a diretora de inovação do Instituto Butantan e do Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares (CENTD), Ana Marisa Chudzinski-Tavassi.
Essa é a função do hidróxido de alumínio na CoronaVac: potencializar seu resultado. A quantidade contida no imunizante não é prejudicial ao organismo de nenhuma pessoa, seja criança, adulto ou idoso, e nem é capaz de magnetizar quem a recebe.
Fonte: Instituto Butatan e Ministério da Saúde