Na última quinta-feira (13), o Ministério da Saúde solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a avaliação do uso de autotestes de Covid-19 no Brasil. A utilização no país depende de registro e autorização concedidos pela Agência.
De acordo com as regras vigentes, o registro de autoteste de doenças infectocontagiosas, como a Covid-19, só podem ser feitos caso haja uma política de saúde pública e estratégia de ação estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Atualmente, são permitidos no país autotestes de diabetes, de HIV e de gravidez.
Ontem (19), a Anvisa adiou a proposta de liberação de aplicação dos testes rápidos, os chamados autotestes.
Segundo os diretores da agência, a decisão foi motivada pela falta de política pública por parte do Ministério da Saúde. O conselho deu um prazo de 15 dias para que a pasta apresente informações complementares ao pedido.
A diretora, Cristiane Jourdan, também elaborou uma proposta de regulamentação prevendo exigências, como linguagem clara e adequada ao público sobre cautela e orientações, informar usuários sobre condições ambientais e sobre uso seguro e eficaz, e ainda sobre a correta interpretação dos resultados.
A população também deverá ser orientada sobre o fato de o resultado negativo não eliminar a possibilidade de infecção.
Como funcionam os autotestes
A a autotestagem é uma metodologia comum na medicina, como a medição de glicose no sangue para pacientes com diabetes ou testes de HIV e de gravidez.
No caso do coronavírus, o paciente que possui o kit realiza a coleta através da secreção do nariz ou da boca com um cotonete.
Na sequência, a haste é introduzida em um processo químico e colocada para a testagem. O resultado está disponível em cerca de meia hora, indicando tanto o resultado positivo quanto negativo para a presença do vírus.
Para o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a utilização dos autotestes deve ser feita com cautela, sendo o treinamento essencial para evitar a interpretação equivocada dos resultados.
“As pessoas podem achar que estão com a doença e não estão. Ou acha que o resultado deu um falso negativo. Não é simples, às vezes, interpretar esses testes, especialmente se eles não forem colhidos de maneira adequada”,
O autoteste é utilizado como estratégia de saúde pública nos Estados Unidos e em países da Europa, como Reino Unido, Portugal e Itália.
*Com informações da CNN e Agência Brasil