Uma mulher de 29 anos, identificada como Patrícia Lunardi, morreu carbonizada após atear fogo nela e na própria casa na tarde de ontem (10), em Xaxim, no Oeste catarinense. Quatro crianças, todos seus filhos, também estavam no local.
Segundo informações do subtenente da Polícia Militar, Leandro Costa, a mulher ateou fogo no próprio corpo e em alguns móveis da casa. O filho mais velho dela, de 7 anos, conseguiu sair do imóvel e levou outros dois bebês, gêmeos, de 3 meses de idade. Outro bebê, de 2 anos, ficou na residência.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, após atear fogo no local, a casa foi trancada e havia uma boca do fogão aberta, com “expressivo vazamento de gás de cozinha”.
Gabriel Moraes, primo e vizinho de Patrícia, passava pelo local quando viu a casa pegando fogo e as crianças na rua.
A criança havia conseguido fugir com irmãos no colo, enrolados em um lençol. Segundo Gabriel, a casa estava completamente trancada e a prima havia colocado um sofá em frente a porta do quarto para dificultar o acesso.
“Tentei de todas as formas quebrar a janela, mas não consegui. Até que arrombei a porta de trás da casa e acessei o quarto. Estava muito escuro e tinha uma fumaça tóxica muito forte. Fiquei cinco segundos dentro do quarto e quase perdi os sentidos. Imagina a criança que estava lá”. “Ela estava nos pés dela”, relembrou Gabriel, referindo-se a outra bebê, de 2 anos, que ele conseguiu retirar do imóvel.
A criança teve a lateral do corpo queimada e parte da cabeça, de acordo com a Polícia Civil. Ela está no hospital e não corre risco de vida. Antes de entrar, segundo Gabriel, ainda era possível ouvir a voz da mulher. No entanto, ao conseguir arrombar a porta, ela já estava morta.
Patrícia tinha cinco filhos, porém um deles não estava em casa no momento do incidente. Ela morava na casa onde o incêndio foi registrado com a sua mãe e as crianças, e havia recentemente se separado.
No momento do fogo a avó das crianças estava no trabalho. “Acredito que foi a depressão pós-parto e também a separação. Ela estava sofrendo. Eu tentei de todas as formas ajudar ela, levava para a igreja, tentei fazer minha parte, mas quando é pra ser não adianta”, lamentou Gabriel.
A investigação segue em andamento pela Polícia Civil. Pessoas já foram ouvidas e a polícia aguarda laudos periciais.