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Circunstâncias da morte de radialista canoinhense ainda são mistério

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Nota divulgada pela Polícia Civil descarta a participação de autores intelectuais ou a motivação política.

A nota divulgada pela Polícia Civil de Canoinhas, no início da noite desta quarta-feira (03), sobre a prisão dos autores do crime praticado contra o radialista e jornalista canoinhense, Paulo Ricardo Ferreira, trouxe alento para a família e amigos, porém levantou vários questionamentos sobre as reais circunstâncias do crime.

Nas redes sociais, principalmente em grupos de WhatsApp, a população se pergunta: foi sequestro? A Polícia diz que a dupla procurava, no centro da cidade, uma vítima para cometer um roubo.

Eles então entraram a força no veículo de Paulinho Ferreira e o levaram até um local ermo, tiraram sua vida de uma maneira cruel, por causa de um celular? porque não levaram o carro? o equipamento fotográfico? Além do aparelho telefônico, subtraíram também a carteira com documentos, dinheiro e cartões bancários, segundo a polícia.

A nota da Polícia Civil focou em divulgar o trabalho das investigações, utilizando palavras complexas como Círculos Concêntricos, destacando que atribuição da equipe da Divisão de Investigação Criminal de Canoinhas é a investigação de fatos criminosos, marcados pela vultuosa gravidade e complexidade, porém simplificou ao afirmar que por meio da análise de câmeras de vídeo monitoramento os suspeitos foram precisamente identificados e qualificados.

Destaca-se também, na nota divulgada, uma menção indireta a uma matéria publicada pelo Canoinhas Online na última semana, e assinada pelo jornalista Fábio Lau, que tem 36 anos de experiência no jornalismo policial .

No texto, a Polícia Civil diz que “a análise de imagens de videomonitoramento não é uma tarefa simples”, como afirmado por comunicadores amadores. Certamente a Polícia local referiu-se ao trecho abaixo:

“Um caso como este merecia uma resposta rápida da polícia. O jornalista foi visto em uma festa em uma casa noturna de Canoinhas conversando com dezenas de pessoas. O lugar é monitorado por câmeras. Além disso, o trajeto seguido pelo carro da vítima, que cortou a cidade de um extremo ao outro, também conta com câmeras. O percurso é monitorado por antenas de celulares. Sabe-se, assim, quais aparelhos (e proprietários) fizeram o percurso naquele dia e horário. Não há razão para tanto segredo ou mistério”.

Por coincidência, o texto publicado pelo comunicador amador, é exatamente o descrito nas investigações efetadas para localizar e prender os autores de um crime tão bárbaro. Nossos cumprimentos à toda equipe envolvida na solução do caso, quer da Divisão de Investigação Criminal quanto da Agência de Inteligência da Polícia Militar de Canoinhas.

Quanto aos questionamentos apontados, sobre as circunstâncias do crime, sabe-se que os suspeitos não confessaram nem negaram o crime. Permaneceram em silêncio durante o interrogatório.

Em entrevista à UNC FM, o delegado Darci Nadal Júnior, informou que através das imagens de câmeras de monitoramento na área central de Canoinhas, que captaram Paulinho Ferreira entrando em seu veículo com os dois suspeitos, não é possível afirmar se ele foi coagido ou entrou espontaneamente.

“Não é possível determinar com precisão se a vítima foi mediante ameaça a entrar no carro, dirigir e levá-los até o Parque de Exposições, local em que o crime foi cometido, ou se eles convenceram a vítima a dar carona para eles até lá”, afirmou o delegado Nadal, responsável pelo caso.

A dupla havia saído de uma casa noturna na Rua Felipe Schimidt e abordaram Paulinho, que estava sozinho, sentado em um banco da praça, próximo ao Banco Itaú.

As imagens das câmeras de segurança, instaladas no Parque de Exposições, também não são nítidas, visto que o local em que o crime foi cometido é ermo e escuro, e as imagens só mostram os vultos.

“A princípio, os dois indivíduos indivíduos agiram em coautoria. O papel de cada um no local do crime é difícil determinar, quem deu a pedrada, por exemplo, quem chutou. É difícil determinar porque não há testemunha presencial e não há câmera de segurança no local. Na verdade até há, mas não há iluminação, então as câmeras de segurança do local não foram eficientes em captar imagens”, explicou o delegado.

Os três suspeitos foram presos na tarde desta quarta-feira (03), e levados para a 22ª DRP. A investigação deverá ser finalizada nos próximos dias e o Inquérito Policial será encaminhado ao Poder Judiciário.