Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o terceiro candidato à presidência recebido pelo Jornal Nacional, da TV Globo, em uma sequência de entrevistas feita pelo telejornal por ocasião das eleições deste ano.
A entrevista, conduzida pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, foi aparentemente permeada com perguntas previsíveis, as quais o candidato teve rápidas respostas.
Prova disso é que o petista chegou com anotações e citou os órgãos de controle e mecanismos de transparência e de combate à corrupção criados no seu governo. Além disso, falou inúmeras vezes de seu vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), para reforçar a experiência administrativa e a capacidade de construir alianças.
Também repetiu o mantra que vem usando para tratar de economia diante do mercado — “credibilidade, previsibilidade, estabilidade” —, uma forma de não entrar em detalhes no seu plano.
Bonner abriu a entrevista falando sobre corrupção, mas levantando uma bandeira branca para Lula: “O senhor não deve nada a ninguém”. Foi a dica para o ex-presidente sublinhar que nos seus governos a corrupção foi combatida.
Lula se esquivou em algumas respostas, discorreu sobre as medidas anti-corrupção adotadas no seu governo e defendeu que qualquer um pode ser investigado. Disse que “não pode dizer que não houve corrupção” na Petrobras em governos petistas. Ele ainda admitiu erros da ex-presidente Dilma Rousseff na economia e disse que quer pacificar o país.
Em certos momentos demonstrou algum nervosismo. Questionado sobre se irá respeitar a lista tríplice, na escolha do Procurador-Geral da República (ano que vem termina o mandato de Augusto Aras, na PGR), o candidato à presidência não respondeu. “Eu não quero definir agora o que que eu vou fazer. Primeiro eu preciso ganhar as eleições. Esse negócio da gente ficar prometendo fazer as coisas antes da gente ganhar a gente comete um erro”.
Em suas considerações finais, Lula falou em investir na educação e na geração de emprego. Tentar colocar o pobre no orçamento do país.