Uma criança de 11 anos, que morreu após ser mordido por um rato, em Urubici, na Serra catarinense, é o quarto caso confirmado de morte por hantavirose em Santa Catarina este ano, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC). Antes do menino, já haviam sido registrados cinco casos confirmados e dentre estes, três evoluíram para óbito, o que representa uma letalidade de 60%.
No dia 9 de setembro, a DIVE emitiu uma nota de alerta para o aumento da população de roedores silvestres na Serra catarinense. Segundo a nota, observou-se justamente no município de Urubici, um aumento de roedores (Akodon sp e Oligoryzomys sp) que são reservatórios do hantavírus.
Os hantavírus possuem como reservatórios naturais em alguns roedores silvestres, que podem eliminar o vírus pela urina, saliva e fezes. Os roedores podem carregar o vírus por toda a vida sem adoecer.
Conhecidos como rato da mata e ratinho do arroz, diferenciam-se dos roedores maiores encontrados mais frequentemente em ambientes urbanos, como a ratazana e o rato de telhado. São roedores de pequeno porte (o macho adulto chega a 25 gramas), e vivem preferencialmente próximos a plantações, principalmente de grãos, mas podem também se encontrados em ambientes periurbanos. A cor da pelagem pode ser avermelhada, cinza ou até cor de terra.
De acordo com a DIVE, o aumento desses roedores pode estar relacionado a floração da taquara Cará, que se encontra dispersa em uma extensa área de mata atlântica, de forma que o aumento na população pode se estender para outras regiões do Estado.
É de extrema importância a suspeição precoce da doença, com notificação imediata dos casos (em até 24 horas). A doença infecciosa e grave causada pelo hantavírus, pode levar à morte em 72 horas.
EM SUA FASE INICIAL, A DOENÇA APRESENTA OS SEGUINTES SINTOMAS:
• Febre
• Mialgia
• Dor nas articulações
• Dor de cabeça
• Dor lombar
• Dor abdominal
• Sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos e diarreia)
Esse quadro inespecífico dura cerca de 1 a 6 dias, podendo prolongar-se por até 15 dias, e depois regredir. No entanto, quando surge um quadro de tosse seca, a doença pode evoluir para uma fase clinica mais severa, a cardiopulmonar. Na fase cardiopulmonar, os sintomas são:
• Febre
• Dificuldade de respirar
• Respiração acelerada
• Aceleração dos batimentos cardíacos
• Tosse seca
• “Pressão baixa”
As medidas de controle devem conter ações que impeçam a aproximação dos roedores, como, por exemplo, roçar o terreno em volta da casa, dar destino adequado aos entulhos existentes, manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores, além de outras medidas que impeçam a interação entre o homem e roedores silvestres, nos locais onde é conhecida a presença desses animais.
O controle químico de roedores através do uso de raticidas deverá ser realizado por técnicos habilitados para essa atividade, tendo em vista que se realizado de forma errônea ou insuficiente pode, além de não matar os roedores, expor pessoas e animais ao risco de ingestão de raticidas, podendo causar intoxicação grave e levar à morte.
Fonte: DIVE/SC