Um morador de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, contou com uma dose de sorte e com a generosidade de uma desconhecida para reencontrar a família na véspera do Natal. Após caminhar por quatro dias pelas estradas do sudeste do país e dormir na rua, Rodrigo da Silva Mendes foi resgatado pela caminhoneira Cleusa Ximendes e retornou para casa no sábado (24).
Em setembro, ele foi tentar a vida em São Paulo. Sem emprego, encontrou dificuldades financeiras e remanejou os planos: decidiu ir até o Rio de Janeiro a pé. Como não tinha dinheiro para a passagem, Rodrigo escreveu em um pedaço de papelão que precisava de ajuda.
“Fui motivado por uma vida melhor e por lutar pelo meu futuro sozinho, sem ter que pedir pra minha mãe e pro meu pai. Não foi bem o que eu esperava, achei que seria mais fácil, mas foi complicado ao triplo” , relembra Rodrigo.
Foi aí que o caminho dele e de Cleusa Ximendes se cruzaram. A caminhoneira de Pelotas, no Sul do estado, conta que perdeu as contas de quantas pessoas já ajudou pelas estradas Brasil afora. Ela costuma levar alimentos, água e roupas para distribuir pelas estradas e também já promoveu outros reencontros.
“Eu sempre gravo e pergunto de onde são, nome completo, pai, mãe, tudo que eu puder pegar de informação, com a intenção de que aquela filmagem vá direto à família”, relata Cleusa.
Sensibilizada com a história de Rodrigo, a caminhoneira se prontificou a ajudá-lo. Eles saíram do interior de São Paulo com destino ao bairro São José, em Canoas, e foram recebidos pelos parentes do homem.
“Graças a Deus eu conheci a Cleusa e deu tudo certo. É uma mãe nova, é uma mulher incrível”, comemorou Rodrigo.
Boa ação que se repete
Essa não foi a primeira vez que Cleusa promoveu um reencontro familiar. Em setembro de 2021, a caminhoneira ajudou um homem dado como morto a rever os parentes depois de 20 anos em Santa Maria.
Cleusa encontrou Ernani Amaral caminhando em uma estrada de Goiás. Familiares do homem viram o vídeo postado pela caminhoneira nas redes sociais e entraram em contato com ela. A caminhoneira voltou 70 km até localizar o homem e convidá-lo para voltar para o RS.
Cleusa afirma que já conseguiu reunir três pessoas a familiares durante suas viagens pelo país.