Este ano está sendo atípico em relação à dengue. Os números de casos seguiram em alta nos últimos meses, mesmo com a passagem das estações mais frias. O inverno atípico, com dias mais úmidos e quentes, assim como a retomada da população à normalidade depois de dois anos de restrições sociais impostas pela pandemia de Covid-19, e as medidas pouco eficientes de combate ao vetor podem ter contribuído para o boom.
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a doença se manifesta de forma leve ou assintomática na maioria dos casos, mas uma em cada 20 pessoas pode desenvolver a forma grave, também chamada de dengue hemorrágica. O risco é maior quando o indivíduo sofre uma segunda infecção.
Os sintomas clássicos são febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, dor ao redor dos olhos e dores musculares e nas articulações. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o paciente pode entrar na chamada fase crítica da doença depois de três a sete dias do início dos sintomas, quando a febre começa a baixar. Nesse momento, sinais da dengue grave podem se manifestar:
● dor abdominal intensa
● vômito persistente, às vezes com sangue
● sangramento nas gengivas ou nariz
● dificuldade respiratória
● confusão mental
● fadiga
● aumento do fígado
● queda da pressão arterial
● sangue nas fezes
Caso o indivíduo comece a apresentar esses sintomas, deve procurar atendimento médico imediatamente, já que as próximas 24 a 48 horas são determinantes para evitar complicações e morte. Não existe uma terapia específica para a dengue.
Prevenção
O Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina tetravalente contra a dengue, que deve ser capaz de proteger contra os quatro subtipos da doença.
O imunizante está na fase 3 de ensaios clínicos e os resultados primários mostraram 79,6% de eficácia, de acordo com um acompanhamento de dois anos com 16 mil voluntários que receberam uma dose única. A vacina teve um perfil de segurança semelhante entre quem teve dengue e pessoas sem contato prévio com o vírus.

Já existe uma vacina contra a dengue aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém está disponível somente no setor privado e só é indicada para indivíduos que contraíram a doença. Além disso, o imunizante exige três doses, aplicadas com intervalos de seis meses.
O controle dos vetores também é uma importante forma de prevenção, que deve ser mantida mesmo com uma futura vacinação da população.
Para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, deve-se evitar o acúmulo de água parada em locais que podem se tornar criadouros, como vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção etc. O uso de repelentes, inseticidas e larvicidas e a aplicação de telas em janelas e portas são outras medidas eficazes.























