O deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) tinha divulgado na terça-feira (24), que entraria com pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por se referir à saída de Dilma Rousseff do poder como “golpe”. Ele esperava a abertura do ano legislativo para protocolar o requerimento.
Contudo antes mesmo do início do ano legislativo, o texto foi apresentado à Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (26). A informação é do R7.
“Ao afirmar em discurso oficial e público que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe de estado, quando foi afastada do cargo, em 2016, Lula atenta contra os Poderes e contra a Constituição Federal”, alega o parlamentar, completando que, diante desta situação, a abertura de um impeachment é justificada “pela flagrante prática de crime de responsabilidade”.
Lula tem repetido em falas públicas que Dilma foi retirada do cargo por meio de um golpe. O impeachment, no entanto, foi um processo autorizado e decidido pelo Senado e pela Câmara.
Durante viagem oficial à Argentina, Lula afirmou que houve um golpe de Estado no Brasil quando ocorreu o processo de afastamento de Dilma. “Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado”, disse Lula na última segunda-feira (23).
No Uruguai, o petista chamou o ex-presidente Michel Temer (MDB), que ocupava o cargo de vice na chapa com Dilma, de “golpista”.
Temer rebateu a fala de Lula nas redes sociais: “Ao contrário do que ele disse hoje em evento internacional, o país não foi vítima de golpe algum. Foi na verdade aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição”.
A oficialização do pedido foi comentada pelo deputado Carlos Bolsonaro (PL-RJ). “Primeiro pedido de impeachment de Lula: crime de responsabilidade ao discursar dizendo que Dilma sofreu golpe em 2016. Não vamos dar descanso”, escreveu.