R7 — Médicos do hospital universitário da Universidade Fudan, na China, encontraram, dentro do cérebro de uma criança de um ano, o feto da irmã gêmea idêntica em uma condição extremamente rara, conhecida como fetus in fetu (gêmeo parasitário).
Durante a gestação, a gêmea não nascida continuou a crescer dentro da menina e desenvolveu membros superiores, ossos e unhas. O feto tinha cerca de 10 cm.
O caso foi registrado por médicos do Huashan Hospital, ligado à Universidade Fudan, na Revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
“O feto no feto intracraniano surge de blastocistos [um dos estágios do desenvolvimento de um embrião] não separados. As partes unidas se desenvolvem no prosencéfalo [parte anterior da vesícula cerebral] do feto hospedeiro e envolvem o outro embrião durante o dobramento da placa neural [começa a partir do 22º dia de gestação]”, explicou Zongze Li, neurologista que tratou a menina.
O feto só foi encontrado depois que os pais levaram a filha ao hospital em razão de um aumento incomum da cabeça e sinais de comprometimento das habilidades motoras.
Como a menina tinha hidrocefalia, ela já contava com um acúmulo de líquido no cérebro e poderia ter quadros de fadiga e convulsões, mas, por meio de tomografias, o feto gêmeo foi encontrado.
A remoção cirúrgica aconteceu logo após a localização, no ano passado, e o artigo na revista científica foi publicado no último dia 28 de fevereiro. Ainda não se sabe se a menina terá danos a longo prazo em decorrência do episódio.
A condição de gêmeo parasita é considerada extremamente rara. Pouco mais de 200 casos já foram documentados, dos quais apenas 18 ocorreram dentro do crânio.






