‘É patético’ diz cidadão, sobre rejeição de impeachment de prefeito e vice presos na Mensageiro

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Pedido para instaurar um inquérito parlamentar, para avaliar possível perda de mandatos dos políticos, foi feito por um morador da cidade.

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Por maioria de votos, a Câmara de Vereadores de Tubarão rejeitou a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), e o vice, Caio Tokarski (União). Ambos foram presos preventivamente no âmbito da Operação Mensageiro, no dia 14 de fevereiro.

O pedido para cassação dos mandatos do políticos foi requerida por um cidadão comum,  Rud Bardini – e não pelos próprios vereadores como esperado – cujo teor se baseou na Lei Orgânica do Município, onde em seu artigo 61 diz que prefeito e vice não podem ausentar-se por mais de 15 dias, sem licença da Câmara Municipal, sob pena de perda do cargo. Ambos estão ausentes há quase 90 dias.

O pedido foi rejeitado por 11 votos contrários e 4 favoráveis, na sessão ordinária de ontem (4). Nas redes sociais, um cidadão classificou como patética a fala do vereador Jean Abreu Machado -Dr. Jean (PSD).

O edil, que manifestou-se contrário a abertura de um processo para possível cassação dos mandatos de Ponticelli e Tokarski, afirmou que ‘tem visão legalista” e o julgamento tem que ser feito “à luz da lei”, porém “ele próprio está ignorando a legislação” afirmou o internauta.

Já o vereador Tessmann (PODEMOS), que foi favorável a abertura do processo, justificou seu voto afirmou que “respeita a Lei, a população tubaronense, o Gaeco e o Ministério Público de SC”.

José Luiz Tancredo (MDB), foi mais além ao justificar seu voto. Argumentou que ao não aceitar a denúncia, a Câmara de Vereadores “está ferindo a Lei Orgânica do Município e que se esse documento for parar no Ministério Público “nós podemos ser penalizados”.

Tancredo ainda argumentou que, mesmos presos, Ponticelli e Tokarski tinham 15 dias para, através de seus advogados, comunicaram à Câmara sobre seus afastamentos, mas não o fizeram. Os vereadores que foram a favor da abertura de um processo de impeachment foram aplaudidos pelos presentes na plenária.

A decisão dos vereadores de Tubarão segue o ritmo contrário ao de outros municípios que também tiveram seus chefes do Executivos presos.

Na última terça-feira (2), a Câmara de Vereadores de Papanduva aprovou um pedido de impeachment do prefeito Luiz Henrique Saliba. Os vereadores justificaram o pedido com base nas investigações da Operação Mensageiro, que apontou que Saliba seria suspeito de participação no esquema criminoso, que teria ocorrido em diversas cidades.

Mesmo norte tomaram os vereadores de Itapoá, que na noite desta sexta-feira (5), aprovaram por unanimidade a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Marlon Neuber (PL).

Neuber se tornou réu na Operação Mensageiro, no último dia 27 de abril. Mesmo preso, Marlon Neuber manteve seu mandato, pois pediu afastamento temporário do cargo em duas ocasiões, recebendo aprovação dos vereadores.

Em Tubarão, os vereadores irão passar por nova saia justa na próxima sessão. Na manhã desta sexta-feira (5), um novo pedido de impeachment contra o prefeito e vice-prefeito foi protocolado na Câmara de Vereadores.

Desta vez, o documento-denúncia é assinado por João Victor Pereira Zaboti. Além dele, líderes de partidos e cidadãos comuns também co-assinam o pedido.