A comercialização do leite cru ou de algum derivado lácteo produzido com leite cru no mercado informal representa um risco à saúde dos consumidores, pois não há garantias de inocuidade destes alimentos. Inúmeros patógenos podem ser veiculados pelo leite sem pasteurização e acometer a saúde do consumidor, como Brucelose, Tuberculose, Salmonelose, infecção por Escherichia coli, Listeriose, entre tantas outras.
O leite de uma vaca doente pode gerar prisão de ventre, indigestão, refluxo e até transmitir doenças crônicas, como tuberculose, brucelose, salmonelose entre tantas outras. Por isso, vender leite cru é proibido no Brasil desde 1969, conforme o Decreto – Lei nº 923, de 10 de outubro de 1969.
O leite industrializado é o mais recomendado, porém se a opção for só o leite cru, deve-se ferver para deixá-lo o mais seguro possível. Ferver o leite cru, no entanto, elimina algumas propriedades nutricionais do alimento, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, órgão que, inclusive, se diz “totalmente contrário” ao consumo desse leite.
Essa perda nutricional é minimizada quando o alimento é processado na indústria, por meio da esterilização e pasteurização (entenda abaixo cada processo).
Ferver o leite também não garante que o produto ficará livre de bactérias nocivas, mesmo porque as condições caseiras não permitem a eliminação dos agentes causadores de doenças eventualmente presentes no leite cru. Há tipos de bactérias como o Bacillus cereus que a fervura pode até mesmo estimular sua disseminação no leite e provocar intoxicação alimentar.
Segundo a CIDASC — Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – muitos consumidores buscam esses produtos pelo apelo do consumo de alimentos naturais, isentos de processo industrial. O consumidor acaba comprando os produtos ditos ‘caseiros’ por acreditar que o processo de industrialização afeta sua qualidade, o que não é verdade.
O leite cru e seus derivados são ideais para o desenvolvimento de grupos de bactérias que podem causar alterações sensoriais e tecnológicas e, quando patogênicos, danos graves à saúde pública.
Venda legal de queijos de leite cru
A produção e a comercialização de queijos de leite cru são regulamentadas e propiciam o consumo de queijos crus inspecionados e, portanto, seguros à saúde!
O selo de inspeção é imprescindível para garantir que o queijo de leite cru foi produzido com os devidos cuidados sanitários, desde o controle da saúde das vacas leiteiras, a higiene da ordenha, adequados processos de produção – respeitando as temperaturas e períodos de maturação, até sua embalagem e transporte, garantindo assim a segurança e a qualidade daquele produto.
Pode-se produzir queijo de leite cru em estabelecimentos devidamente registrados no Serviço de Inspeção Oficial, utilizando a matéria-prima de propriedades certificadas pela Cidasc como livres de brucelose e tuberculose.
Seguindo as orientações previstas, será ofertado um produto inspecionado, saboroso e de qualidade, cujos níveis de contaminação microbiana foram efetivamente monitorados e não causarão danos à saúde dos consumidores.