Em fevereiro de 2022, um jovem com autismo foi encontrado morto dentro de casa com um ferimento na testa, em Ponta Grossa, no Paraná. Na época, a mãe o padrasto de Rômulo Luiz Fernandes Borges, de 19 anos, foram presos suspeitos de maus-tratos. Segundo a polícia, a suspeita é de que jovem estivesse sendo maltratado desde 2018.
O jovem era mantido em condições degradantes na casa do casal. A vítima vivia em um quarto instalado em um banheiro desativado, com teto mofado, infiltrações, sem iluminação e sem condições de higiene, segundo a polícia.

A mãe de Rômulo responde em liberdade por tortura, cárcere privado e fraude processual. O padrasto responde pelos mesmos crimes, além de homicídio qualificado. Conforme a investigação, era o padrasto quem estava com Rômulo no momento da morte. O homem está preso.
A Justiça marcou para 13 de julho a sessão de Tribunal do Júri sobre a morte do jovem. O julgamento ocorrerá um ano após a primeira audiência de instrução do caso, em que foram ouvidas 24 testemunhas.
Em depoimento, as professoras afirmaram que Rômulo frequentou normalmente a escola entre os seis e os 15 anos, indo todos os dias. Disseram ainda que a mãe era participativa e que a vítima era calma.
Contudo, em 2018, os profissionais perceberam uma mudança nele. O período foi quando a mãe iniciou o relacionamento com o padrasto, segundo as testemunhas.
Também foi identificada perda de peso no menino. Uma das professoras contou que o uniforme dele chegou a cair durante uma atividade por conta do baixo peso.
Também à polícia, vizinhos relataram o casal morava há cerca de dois meses na casa onde Rômulo foi encontrado morto, mas que não sabiam da existência dele, apenas de outros dois filhos do casal.
Conforme a PM, no dia da morte de Rômulo, a mãe saiu cedo para trabalhar e deixou os três filhos com o marido, que é padrasto do jovem.
Quando ela estava no trabalho, o companheiro dela ligou e disse que o filho mais velho dela convulsionou. O homem informou ainda que tentou reanimar o jovem, mas que ele não resistiu e morreu.
Com a comprovação de que a vítima teve a integridade física exposta a perigo, fato que possibilitou a morte, o casal foi autuado por maus-tratos com resultado morte, em que a pena pode chegar a 12 anos de prisão.




