Canal Rural — O excesso de chuva em Santa Catarina tem preocupado os produtores de soja. A incidência da ferrugem asiática, a pior doença da cultura, começa a bater à porta, trazendo ameaças à produtividade.
A ferrugem asiática é uma doença causada por um fungo que ataca as folhas da soja. Os sintomas da doença são manchas amareladas ou avermelhadas nas folhas, que podem se espalhar rapidamente e causar a queda das folhas.
Na propriedade do Sidinei Paulo Woichikoski, em Canoinhas, o excesso de precipitação ocasionou o replantio e com o aparecimento do primeiro foco da doença, a vigilância na lavoura está redobrada.
“Este ano a gente já está com o olho biônico em cima, cuidando mais, fazendo vistorias mais frequentes na lavoura. O atraso no plantio vai fazendo com que a gente vá ficando cada dia mais preocupado porque você vai entrando com os materiais bem no ‘forte’ da época em que a ferrugem vai atingir a lavoura”.
De acordo com Woichikoski,, a probabilidade de ter casos na soja mais nova é bastante grande, por isso na sua lavoura já está usando fungicida preventivo e protetor junto, para dar uma performance melhor no produto e, com isso, fazer uma proteção mais ampla. “O que está acontecendo é que o produtor está tendo que desembolsar mais para levar a lavoura com maior segurança”, afirma.
A região do Planalto Norte catarinense representa 25% da produção da soja no estado. A área de 160 mil hectares concentra produtividade média de 68 sacas por hectare.
Com o grande volume de semeadura concentrado no mês de outubro, os efeitos das chuvas já começam a aparecer.
“Então isso já começa a afetar um pouquinho da nossa produtividade. O material que era para ser colocado no solo em outubro, teve que ser plantado em novembro. Então o produtor espera o máximo que pode e a hora que dá uma abertura de sol, ele entra fazendo essas aplicações de defensivos preventivos. Mas sem dúvida nenhuma já estamos preocupados com essa questão da ferrugem”, conta o gerente regional da Epagri do Planalto Norte, Getúlio Tonet.
Presença de ferrugem
Santa Catarina conta com uma rede de monitoramento do uredosporo, que é a massa de reprodução do fungo causador da ferrugem asiática. Os coletores já identificaram a presença dessa estrutura em 10 dos 24 municípios examinados. Dois focos da doença já foram detectados: um em Campo Erê e outro em Canoinhas.
“É recomendado, principalmente neste ano, onde a condição ambiental está muito favorável, fazer o controle preventivo. Temos a previsão de que a pressão [da ferrugem] vai ser muito forte, então o agricultor tem que estar atento”, afirma o engenheiro agrônomo da Epagri, Eduardo Briese Neujahr.