Na área política, o fim de semana em Santa Catarina foi marcado por um congresso direcionado ao público conservador de direita em Balneário Camboriú, o CPAC (Conservative Political Action Conference).
O evento, reconhecido como um dos maiores encontros conservadores do mundo, reuniu uma ampla gama de líderes políticos, intelectuais e ativistas para discutir temas como política, economia, direitos civis e segurança nacional.
O CPAC 2024 atraiu figuras proeminentes da direita brasileira, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de Santa Catarina Jorginho Mello (PL), o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). O presidente da Argentina, Javier Milei, foi o principal convidado.
Marcando presença
O ex-deputado Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, também marcou presença para apoiar os pré-candidatos do partido nas próximas eleições municipais. Entre os presentes estavam prefeitos e pré-candidatos, como Juliana Maciel (PL), prefeita de Canoinhas e pré-candidata à reeleição.
Juliana, que já havia participado de um evento do PL em abril ao lado de Bolsonaro e Jorginho Mello, aproveitou a oportunidade para reforçar a unidade da direita. “A Direita unida não será vencida”, afirmou em suas redes sociais. Para além, a prefeita mantém uma atuação ativa em Florianópolis, comemorando os auxílios significativos recebidos do governo estadual, incluindo R$ 12 milhões destinados à compra de maquinário para a Secretaria de Obras.
PSD ‘pega carona’ no evento bolsonarista
Um grupo de prefeitos, pré-candidatos e membros do partido (PSD) participou do evento para reforçar a posição e ficar mais com a cara de bolsonarista. O grupo chamou a atenção em um cenário onde os pré-candidatos do Partido Liberal (PL) reinavam.
Mais ainda. Chama a atenção ainda porque, no âmbito nacional, o partido está com Lula e vota com o PT no Congresso, ocupando também três ministérios. Em Santa Catarina, costura freneticamente nos bastidores contra o governo Jorginho Mello. É no mínimo suspeito tentar pegar uma carona na força da direita catarinense.
Dentre o grupo do PSD estava Fabiano Freitas, proprietário de um jornal em Major Vieira. Freitas se autodenominou “representante do Planalto norte para participar do evento”. Segundo publicado no próprio jornal, Freitas e a esposa, Karyna Cubas, “procuram estreitar relações com demais integrantes do evento para fortalecer o nome da região do planalto norte na pauta conservadora”.
Sem ataques diretos
O presidente da Argentina, Javier Milei, chegou ao Brasil no sábado (6). Na manhã deste domingo se encontrou com Jorginho Mello e empresários da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado) para tratar de investimentos em Santa Catarina.
Em seu discurso à tarde, no fechamento do evento, Milei optou pela moderação e esfriamento das tensões com o governo brasileiro e não fez críticas diretas ou menções nominais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro – presente no palco durante o discurso – é um “perseguido judicial”.
Ao entrar no palco, Milei surgiu ao som de uma banda de rock argentina, cantando e animando a plateia, que respondeu calorosamente aos gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”.
O argentino repetiu o lema de Bolsonaro, “Deus, pátria e família”, e falou que “Justiça não é que todos sejam iguais, mas que todos possam aproveitar do fruto de seu trabalho” e que o “socialismo do século 21 serve para beneficiar amigos do poder”.
O evento em Balneário Camboriú não foi apenas uma demonstração de força do conservadorismo, mas também um palco para articulações políticas que visam as eleições municipais deste ano. O evento evidenciou a coesão da direita em Santa Catarina e a tentativa de diferentes grupos em se alinhar com a marca bolsonarista para conquistar eleitores.
Com a aproximação das eleições municipais, a participação de figuras chave em eventos como o CPAC se torna crucial para a mobilização de bases eleitorais e a definição de estratégias políticas.