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Fumaça das queimadas: quando os efeitos exigem busca por atendimento médico?

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A fumaça gerada por queimadas e poluição contém partículas e gases que são extremamente nocivos à saúde.

Se antes sintomas como tosse persistente, coriza e garganta irritada eram comumente associados a gripes ou resfriados, hoje podem estar diretamente relacionados à crise climática. Com o aumento da poluição e a intensificação das queimadas, a exposição constante à fumaça tem se tornado um problema crescente para a saúde respiratória.

Segundo especialistas, como a pneumologista Suzianne Lima, membro da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a fumaça tóxica contém uma mistura perigosa de substâncias que pode comprometer seriamente o sistema respiratório.

Fumaça e seus Componentes Tóxicos

A fumaça gerada por queimadas e poluição contém partículas e gases que são extremamente nocivos à saúde. Entre os principais componentes estão o material particulado fino (PM2.5), monóxido de carbono (CO), compostos orgânicos voláteis (COVs), óxidos de nitrogênio (NOx), ozônio e metais pesados.

O perigo maior está no fato de que as partículas finas, como o PM2.5, são facilmente inaladas e penetram profundamente nos pulmões, podendo desencadear desde sintomas leves até problemas respiratórios graves.

Sintomas e quando procurar ajuda médica

A exposição à fumaça tóxica pode causar uma variedade de sintomas, divididos em iniciais e graves. Entre os sintomas iniciais estão:

  • Falta de ar
  • Cansaço
  • Irritação na garganta, olhos e narinas
  • Tosse persistente
  • Alergias na pele

Embora alguns desses sintomas possam ser tratados com cuidados simples em casa, como hidratação e uso de soro fisiológico, é importante ficar atento ao agravamento do quadro. Sintomas graves que exigem atenção médica imediata incluem:

  • Dores de cabeça intensas
  • Náuseas
  • Confusão mental
  • Dificuldade intensa para respirar
  • Crises de chiado no peito

Esses sintomas podem evoluir para condições sérias, como intoxicação por monóxido de carbono, infecções respiratórias, pneumonia e, em casos extremos, até coma ou morte. O Ministério da Saúde recomenda buscar atendimento médico diante de sinais como náuseas, vômitos, tontura, dores de cabeça fortes e falta de ar persistente.

Riscos da exposição prolongada

Além dos sintomas imediatos, a exposição crônica à fumaça pode ter consequências a longo prazo. A pneumologista Suzianne Lima destaca que a inalação prolongada de material particulado aumenta o risco de doenças graves, como câncer de pulmão, leucemia, enfisema pulmonar e exacerbação de condições respiratórias pré-existentes, como a asma.

Cuidados especiais para grupos de risco

Certos grupos populacionais são mais vulneráveis aos efeitos nocivos da poluição, especialmente crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Para esses grupos, os especialistas recomendam cuidados redobrados, como:

  • Manter o tratamento regular com bombinhas de inalação.
  • Evitar locais com alta concentração de fumaça.
  • Utilizar umidificadores e melhorar a qualidade do ar dentro de casa.

Medidas de prevenção para a população geral

Diante da crescente exposição à poluição e fumaça, é essencial que a população adote medidas preventivas para reduzir os riscos à saúde. Algumas recomendações incluem:

Fechar janelas e portas: Durante períodos de maior poluição, manter os ambientes internos protegidos é crucial para evitar a entrada de poluentes.

Uso de máscaras: Máscaras cirúrgicas ou de pano podem ajudar a reduzir a exposição a partículas maiores, mas para partículas finas, o ideal é o uso de máscaras N95, PFF2 ou P100.

Hidratação: A ingestão de água ajuda a manter as vias respiratórias úmidas e mais protegidas.

Evitar exposição: Permanecer dentro de casa em ambientes bem ventilados, com purificadores de ar, e evitar a prática de atividades físicas em horários de alta concentração de poluentes, como entre 12h e 16h.


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