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Polícia Federal faz buscas na casa de catarinense morto em explosões em Brasília

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Francisco Luiz jogou um explosivo embaixo da marquise do prédio do STF, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou outro explosivo na nuca.

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A Polícia Federal fez buscas nesta quinta-feira (14) no endereço em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, ligado a Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, autor das explosões perto do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Agentes levaram um pen drive e um celular do local.

Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tio França, morava em Rio do Sul — Foto: DivulgaCand, TSE

O local alvo das buscas possuiu um trailer, onde funcionaria um chaveiro, e uma residência. A Polícia Militar também acompanhou a ação.

Além de Santa Catarina, a Polícia Federal fez buscas na casa em que ele havia alugado em Brasília. Na quitinete onde ele morava foram localizados mais explosivos, prontos para detonação, representando alto risco. No imóvel, houve ao menos uma explosão quando um robô do esquadrão antibombas abriu uma gaveta.

Luiz morreu durante a explosão. Ele foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, em 2020, mas não se elegeu. Presidente do PL, Milton Goetten afirmou que o homem morto na explosão não atuava no partido, mesmo estando filiado a ele. A legenda catarinense emiitu nota afirmando ser “contra todo e qualquer atentado violento que tenha como objetivo ferir alguém ou as instituições democráticas”.

Divorciado há mais de duas décadas da mãe dos dois filhos dele, Francisco separou-se da atual companheira tempos atrás, período em que se afastou ainda mais da família e foi viajar. Passou pelo Chile, Minas Gerais e há cerca de quatro meses alugou um imóvel em Ceilândia, região administrativa de Brasília.

O que aconteceu antes das explosões?

Antes da explosão em frente ao STF, o Francisco Wanderley Luiz tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou outro explosivo na nuca.

Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem “abriu a camisa” e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram antes dele se deitar no chão.

No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, “manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições”.

Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás. O Boletim de Ocorrência afirma que na casa, que passava por perícia até a última atualização desta reportagem, policiais encontraram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Francisco. Uma testemunha informou aos policiais que o homem esteve no local e usava uma “carretinha” no veículo.

Segundo informações da polícia do Distrito Federal, a maior parte dos explosivos que estavam no carro de Francisco, um Kia Shuma, não foi acionada. Dentro do carro havia material explosivo e tijolos, que poderiam ter atingido pessoas a longas distâncias.

Corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, ficou cerca de 13 horas na Praça dos Três Poderes, enquanto perícia trabalhava. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Na manhã desta quinta, um robô retirou os dois explosivos que estavam presos no cinto que ele usava para então o cadáver ser retirado. Seu corpo ficou cerca de 13 horas na Praça dos Três Poderes, enquanto a equipe de perícia trabalhava.

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