Uma alface verde escura e roxa, altamente produtiva, resistente a doenças e ideal para o cultivo orgânico vai chegar ao mercado brasileiro em 2025. O cultivar SCS383 Giseli é resultado de cerca de 20 anos de seleções e avaliações realizadas pela Epagri na Estação Experimental de Itajaí (EEI).
As pesquisas que deram origem à Giseli iniciaram em 2003, quando a equipe da EEI começou a avaliar um grande número de variedades de alface em sistema orgânico.
A fase seguinte foi comparar a Giseli com quatro cultivares de alface disponíveis no mercado. Os testes aconteceram na EEI, em abrigos de cultivo, no sistema orgânico de produção. “Avaliamos características como peso das plantas, número de folhas, resistência a pragas e doenças, e a Giseli se destacou em todos os atributos”, cita o pesquisador da Epagri, Euclides Schallenberger. A alface da Epagri também se destacou na avaliação sensorial – sabor, aroma e aspecto visual – quando comparada às variedades comerciais.
Agricultores catarinenses também testaram a novidade. Sete produtores orgânicos de hortaliças do Litoral e do Vale do Itajaí compararam, em suas propriedades, a alface Giseli com outros cultivares. “Assim como nos testes realizados na Epagri, ela se destacou em praticamente todas as avaliações dos produtores, tanto pelas qualidades agronômicas, quanto pelas qualidades visuais e sensoriais das plantas”, diz o pesquisador.
A alface Giseli é recomendada para cultivo no Brasil inteiro no período de março a outubro. “No verão, entre dezembro e fevereiro, a planta começa a pendoar mais cedo”, explica Schallenberger. A Giseli tem baixa suscetibilidade ao míldio, diâmetro médio de 40,5cm, média de 37,4 folhas e peso médio de 450 gramas da planta comercial.
As sementes da alface Giseli ainda não estão disponíveis para os produtores. A próxima etapa, que acontece em 2025, é fazer uma licitação para selecionar uma empresa que será responsável pela multiplicação e comercialização de sementes da hortaliça.