“A justiça foi feita”. Essa foi a fala e a sensação de familiares e amigos das vítimas que acompanharam a sessão do Tribunal do Júri que condenou dois irmãos, de 32 e 38 anos, responsáveis por uma chacina ocorrida no início de 2023 na pequena cidade de Campo Erê, no Oeste do Estado. Eles eram acusados de matar quatro pessoas e ferir três.
O crime foi motivado por vingança, após o suicídio do irmão dos condenados, que aconteceu pouco antes da chacina. Os dois teriam atribuído a morte do homem, que não aceitava o fim do seu relacionamento, à ex-companheira. Como ela não estava no local, familiares e amigos foram atacados.
Os réus foram condenados a 240 anos de anos de reclusão cada um, em regime fechado, e a indenizar em R$ 100 mil os familiares de cada vítima morta, em R$ 50 mil cada uma das três vítimas vivas com ferimento e em R$ 20 mil as três que não tiveram ferimentos.
Entenda o caso – Na noite de 21 de janeiro de 2023, por volta das 20h50, na Linha Doze de Novembro, no interior de Campo Erê, um dos réus, instigado pelo irmão, munido de uma espingarda, foi até um bar local e matou a proprietária e sua filha. Na sequência, na residência aos fundos do bar, ele matou mais duas pessoas, dentre as vítimas um idoso de 63 anos. Outras seis pessoas estavam no local, mas sobreviveram ao ataque.
O MPSC destacou na denúncia que as vítimas foram surpreendidas por um ataque violento e inesperado, sem chance de defesa. Os disparos foram feitos em uma área densamente povoada, colocando várias pessoas em risco.
A motivação dos crimes foi vingança pelo suicídio do irmão dos acusados, que tinha ocorrido na tarde do mesmo dia, cuja culpa os réus atribuíram à esposa deste. O objetivo do ataque era matar a cunhada, mas como ela não estava no local, seus familiares e amigos foram vitimados.
Cabe recurso da sentença, mas a Justiça negou aos réus o direito de recorrerem em liberdade. Para duas filhas de uma das vítimas que sobreviveu à chacina, que acompanharam de perto o julgamento, o sentimento é de que finalmente a justiça foi feita. “Ver os culpados sendo responsabilizados nos dá um pouco de paz e alívio”, disse Rosinha Aparecida dos Santos.
“Foi muito difícil reviver tudo durante o julgamento, mas foi necessário para que a verdade fosse mostrada. Esperamos que este caso sirva de exemplo, para que nenhuma família tenha que passar pelo que passamos”, enfatizou Rosemira dos Santos.