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Lula comenta prisão de 2018 enquanto PGR avalia tornozeleira para Bolsonaro

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Ex-ministro Paulo Pimenta encaminhou ofício à Procuradoria-Geral da República solicitando que Jair Bolsonaro seja obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (24), que não utilizou tornozeleira eletrônica quando foi preso em 2018, justificando que não aceitaria essa condição, pois “não é pombo-correio”.

Quero que vocês saibam que eu não troco a minha dignidade pela minha liberdade. Eu não vou pôr minha tornozeleira porque não sou pombo-correio e não vou para minha casa porque não é prisão“, declarou Lula durante uma cerimônia realizada em Rio Grande (RS) para assinatura do contrato de ampliação da frota naval da Petrobras e Transpetro.

A declaração do presidente ocorre três dias após o ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, encaminhar um ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

No documento, Pimenta pede “providências urgentes” para que a PGR determine a “imposição de medida cautelar de monitoramento eletrônico” a Bolsonaro.

O pedido foi fundamentado com base em informações divulgadas pela imprensa, que indicam a possibilidade de fuga do ex-presidente e de seus aliados para evitar eventual responsabilização penal.

Além disso, há suspeitas de que Bolsonaro poderia buscar refúgio em embaixadas estrangeiras para se esquivar de uma possível ordem de prisão, o que, segundo Pimenta, configura um “risco concreto à aplicação da lei penal”.

“Solicito, portanto, que esta Procuradoria-Geral da República adote as providências cabíveis para que a medida cautelar de monitoramento eletrônico seja requerida junto ao Supremo Tribunal Federal, em razão da necessidade de garantir a efetividade da justiça”, acrescentou Pimenta no ofício.

Atualmente, Bolsonaro está com o passaporte retido por determinação judicial, o que impede que ele deixe legalmente o Brasil.

Ainda nesta segunda-feira (24), o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que “não há motivo” para que ele seja preso e que, caso isso ocorra, representaria “mais uma arbitrariedade”.

Não tem motivo para prisão minha. Mais uma arbitrariedade, não tem motivo. Esperar a prisão de jeito nenhum. Alguns dizem até que eu estou pensando em fugir, ora, eu estive nos Estados Unidos durante três meses, podia ter ficado lá, tinha oferta para trabalhar por lá. E vim pra cá, enfrentar isso aqui e buscar realmente meu espaço político para 26. Eleições de 2026 sem meu nome é negação da democracia“, afirmou Bolsonaro em entrevista à rádio CBN Recife nesta manhã.