Santa Catarina é o único estado com risco baixo de brucelose bovina e bubalina

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O trabalho contínuo de defesa agropecuária resultou em bons indicadores em sanidade animal para Santa Catarina. Um dos mais notáveis é a prevalência de brucelose no rebanho bovídeo, de apenas 0,9%, que é a menor do país.

Deste modo, Santa Catarina é o único estado considerado pelo Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa) com classificação A quanto ao risco para esta doença. 

A brucelose é uma zoonose e pode ser transmitida a humanos pelo consumo de leite e derivados provenientes de animais contaminados, se os produtos não forem fervidos ou pasteurizados para eliminar a bactéria causadora da doença.

O contato direto das pessoas que manejam os animais com secreções de animais doentes, sem o uso de equipamentos de proteção individual, também pode representar uma forma de contágio.

Ao implementar no estado o Plano Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina (PNCEBT), a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) adota um conjunto de ações para promover a sanidade animal e resguardar a saúde humana.

A vacinação obrigatória não é uma estratégia adotada em Santa Catarina, pois a Cidasc utiliza outras ações consideradas mais efetivas diante das condições locais, como a vigilância ativa para identificar e eliminar possíveis focos residuais da doença, a rastreabilidade bovina e o controle sanitário na produção de leite.

Foto: Divulgação / Cidasc

A vacinação com a cepa RB51 é permitida para os produtores que optarem por imunizar preventivamente seu rebanho, sendo obrigatória em propriedades que tenham foco confirmado da doença. Já a vacina B19 não é autorizada em SC, devido ao risco de interferência nos testes diagnósticos até os 24 meses de idade das fêmeas vacinadas.

O balanço divulgado pelo Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa) aponta que, em 2024, foram destinados cerca de R$ 15,6 milhões para indenizações relacionadas ao abate sanitário de animais doentes. 

Esses recursos são essenciais para permitir que os produtores possam repor seus rebanhos, preservando o equilíbrio econômico e mitigando o risco de disseminação de doenças. 

Porém, antes disso há o trabalho de prevenção. A Cidasc orienta os produtores a adquirirem apenas animais com comprovação de sua condição sanitária, para evitar a introdução da brucelose e de outras doenças no rebanho.

A testagem periódica dos animais para brucelose e tuberculose é outra medida que contribui para que a sanidade animal seja preservada, identificando precocemente os casos antes que a enfermidade atinja um número maior de bovinos. 

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A realização de exames de brucelose e tuberculose é obrigatória para propriedades fornecedoras de leite. No caso da tuberculose, o exame nos animais deve ser realizado a cada 36 meses; no da brucelose, uma amostra do leite do tanque deve ser coletada pelo laticínio pelo menos uma vez a cada 12 meses.

O produtor que estiver disposto a realizá-los em intervalos menores pode buscar a certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose.

No momento, há cerca de 3400 propriedades certificadas livres de brucelose e tuberculose em Santa Catarina, a maioria dedicada à bovinocultura de leite.

Para obter o certificado, é preciso abrir um processo junto à Cidasc, cuja principal exigência é obter dois exames consecutivos, com resultado negativo para ambas as doenças, em um intervalo entre 6 e 12 meses. A renovação é anual, mediante a realização de novos exames, com resultado negativo, é claro. 

Você pode encontrar mais informações sobre o Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina, a legislação e a certificação de propriedades neste link.