A trajetória de crimes da catarinense Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, mais conhecida como “Diaba Loira”, terminou de forma violenta na madrugada de sexta-feira (15), no Rio de Janeiro.
Procurada pela polícia e com três mandados de prisão em aberto, dois deles expedidos pela Justiça de Santa Catarina, ela foi encontrada morta a tiros em Cascadura, na Zona Norte da capital fluminense.
Natural de Tubarão, no sul de Santa Catarina, Eweline parecia ter antecipado o próprio fim em uma de suas postagens nas redes sociais: “Não me entrego viva, só saio no caixão”.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso e a principal linha de apuração aponta para uma execução motivada por uma guerra entre facções criminosas. Moradores da região relataram um intenso tiroteio pouco antes de seu corpo ser encontrado.
Da tentativa de feminicídio à ascensão no crime
A vida de Eweline tomou um rumo drástico em 2022, quando sobreviveu a uma tentativa de feminicídio em sua cidade natal.
Após o ataque, no qual teve o pulmão perfurado pelo ex-companheiro, ela fugiu para o Rio de Janeiro e ingressou no Comando Vermelho (CV).
No Rio, ela rapidamente ganhou notoriedade. Em seus perfis nas redes sociais, que acumulavam dezenas de milhares de seguidores, a “Diaba Loira” ostentava fuzis, pistolas e publicava frases de efeito, construindo uma imagem de poder e periculosidade no mundo do crime.
Rompimento e sentença de morte
Sua aliança com o CV (Comando Vermelho) no entanto, não durou. Eweline foi vista participando de confrontos armados na Gardênia Azul, área de intensa disputa entre traficantes e milicianos. Recentemente, ela rompeu com a facção e declarou publicamente apoio ao grupo rival, o Terceiro Comando Puro (TCP).
A mudança de lado a transformou em alvo do antigo grupo. Para selar a nova aliança, ela fez uma grande tatuagem nas costas com referências à “Tropa do Coelhão”, grupo do TCP liderado pelo traficante William Yvens Silva, o “Lacoste”, que figura na lista dos bandidos mais perigosos do Rio.
A “Diaba Loira” passou a ser caçada não apenas pela polícia, que há um mês havia divulgado um cartaz do Disque Denúncia oferecendo recompensa por informações sobre seu paradeiro, mas também por seus ex-aliados.
Sua morte ocorre em meio a confrontos quase diários entre o CV e o TCP pelo controle de territórios na Zona Norte do Rio. Embora investigadores acreditassem que ela pudesse estar escondida na Bahia, seu fim foi decretado no coração da guerra que ela mesma escolheu travar.